José António Saraiva apelida jogadores do Benfica de "galarotes em pânico"

Os dois últimos jogos não correram nada bem a FC Porto e Benfica. O Porto mostrou todos os seus defeitos na final com o Braga, onde poderia ter sido humilhado: jogo pastoso e arrastado, incapacidade de abrir brechas na defesa adversária, circulação inútil da bola, falta de criatividade, futebol previsível. Mas o Benfica também não esteve brilhante com o Paços de Ferreira. Criou muitas oportunidades, mas Cardozo, Gaitán, Rodrigo, Salvio e Lima esbanjaram-nas ingloriamente. Pergunto: o que aconteceria num jogo com menos ocasiões e em que fosse obrigatório ganhar? Porém, o mais preocupante foi a fragilidade dos defesas quando pressionados... Tremiam como varas verdes, perdiam a bola, Artur dava pontapés disparatados para a linha lateral, e - pior que tudo - Rodrigo e Maxi (por duas vezes) fizeram passes para a entrada da sua própria área, isolando os adversários! Uma dessas bolas deu golo, as outras duas foram salvas "in extremis". O presidente do Bordéus chamou aos seus jogadores "galinhas assustadas". Mas os defesas do Benfica pareciam galarotes em pânico. Quando Artur, Maxi, Garay, Luisão e Melgarejo começavam a trocar a bola perto da área, os sócios do Benfica deviam rezar Ave-Marias! E não foi a primeira vez. Recorde-se o golo de Jackson Martínez marcado na Luz. O que se passa? O treinador não ensina o guarda-redes e os defesas a saírem com segurança de situações de pressão? Se o Benfica ganhar os 2 próximos jogos, com o Sporting e o Marítimo, será quase campeão. Mas fica aqui o aviso: a comportar-se como na 2ª feira quando sofre pressão alta, o Benfica vai sofrer muito! » - José António Saraiva, jornal Record, 17 de Abril de 2013