"Estou triste por ter perdido a minha primeira final no Jamor, mas vou ter tempo para ganhar muitas finais". Jesus dirigiu-se assim aos jornalistas após o jogo decisivo com o Sporting, vai para seis anos.
Voltar ao Jamor e conquistar a Taça de Portugal é, pois, um sonho que Jesus tem. Talvez até seja mais – um compromisso consigo próprio com motivações muito pessoais. Daí que o jogo desta noite com o Paços de Ferreira seja encarado - pelo menos de acordo com o discurso do treinador - com a seriedade que aquele pacto de honra exige.
Se o Benfica assumir o jogo como uma mera formalidade, ainda pode ter uma desagradável surpresa. E não seria a primeira vez. Há dois anos, os encarnados chegaram à Luz com a mesma vantagem sobre o FC Porto de Villas-Boas e acabaram por não dar o passo final que aparentava ser tão simples.
Obviamente, o adversário é (muito) diferente e o momento do Benfica também não se compara. Mas deverá servir de exemplo para Jesus e jogadores, tanto como é legítimo que seja inspirador para Paulo Fonseca e os seus.
O treinador pacense é o primeiro a desfazer ilusões quando reconhece que o Benfica está num ciclo imparável e que, por isso e pelo resultado da 1ª mão, a missão da sua equipa é praticamente impossível.
Bluff? Nada disso, apenas a consciência de Paulo Fonseca de que o Benfica tem (quase) tudo para seguir em frente e o Paços apenas uma hipótese remota.
O Paços está, aliás, a pensar mais no 3.° lugar do que no Jamor. Com a vantagem de 3 pontos sobre um (agora) supermotivado Sp. Braga, Paulo Fonseca sabe que a melhor classificação de sempre está praticamente garantida (faltam-lhe 4 pontos para assegurar a 4ª posição), mas encontra-se muito perto de tocar no céu.
Levar o Paços à Champions estaria para lá de todas as expectativas e colocaria a equipa amarela no restrito lote onde, para além dos três grandes, apenas figuram Boavista, Sp. Braga e V. Guimarães (este, o único que não atingiu a fase de grupos). »
- António Magalhães, jornal Record, 15 de Abril de 2013
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