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terça-feira, 19 de março de 2013
Rui Tovar: No penalty esteve a diferença
FC Porto falhou, Benfica não, e assim se pode decidir um Campeonato.
Claro que falta muito para o final da prova, mas o Benfica acaba de dar um passo importante com vista ao título, ao triunfar com clareza (4-0) em Guimarães, tirando partido do empate (1-1) do FC Porto no Funchal e, assim, aumentar para quatro o número de pontos de avanço. Para uma luta que vinha a caracterizar-se pelo equilíbrio pontual (e até de golos), esta repentina diferença não deixa de ser significativa, mas ainda não é decisiva. Têm a palavra as próximas rondas.
Com 72 horas e meia (e meia!) de diferença entre o berço do néctar francês e o berço do condado henriquino, o Benfica apresentou-se neste claramente disposto a alcançar o triunfo. O seu 4.1.3.2 não deixava dúvidas, Cardozo e Lima eram as apostas atacantes, bem acolitados por um miolo ofensivo (Gaitán, Perez e Salvio), com Matic mais recuado para as habituais operações de limpeza que o jogo suscitasse.
Mas o Vitória também trazia propósitos bem definidos e não se pode dizer - antes pelo contrário - que a equipa tenha soçobrado na luta do meio-campo, onde André e Tiago Rodrigues foram oponentes de respeito. Um equilíbrio que dava pretexto às mais variadas conjecturas e que só ruiu já no declinar do 1º tempo, numa meritória abertura de Gaitán a isolar Lima. El Adoua incorreu em "penalty" que Cardozo converteu no 0-1. Estava resolvido meio problema.
A solução completa surgiu na outra página, a 2ª parte, e bem cedo (61'), com a expulsão de Kanu e o 2º golo, por Garay, tudo de uma assentada. Assim destroçado o Vitória, teve então o Benfica meia hora para descontrair, período que lhe rendeu mais dois golos (Salvio e Rodrigo), possibilitando-lhe um triunfo robusto, perante um adversário, nessa altura (e só aí...) sem capacidade de resposta, muito embora Rui Vitória, com tanta gente no banco para eventuais mudanças de cenário, se tenha ficado por uma única substituição.
Moral da história: triunfo indiscutível mas exagerado do Benfica, por 4-0.
Já no Funchal, o FC Porto não passou no teste com o Marítimo. A equipa não está no seu melhor, algumas unidades estão abaixo do rendimento habitual e, por isso, pouco influentes, casos de James e Fernando, e outras nem sequer estão disponíveis (Moutinho), já para não falar na lesão de Atsu, ao cabo de 10' de jogo. São muitos inconvenientes juntos. Mesmo assim, o FC Porto poderia ter ganho se Jackson, ao contrário de Cardozo, não tivesse desaproveitado uma grande penalidade, numa altura crucial do jogo.
É verdade que a equipa sentiu sempre grandes dificuldades, perante a manobra dos insulares, muito bem no seu meio-campo e na exploração do contra-ataque, contando para isso com o perigoso Heldon, sobretudo ele, mas o FC Porto também não deixou de subscrever as suas oportunidades, obrigando, de resto, o guardião Salin a assumir-se como um dos grandes protagonistas da partida.
Não se pensava, por isso, que os golos de James e Suk, ambos ainda no 1º tempo, acabassem por ser os únicos da contenda, pois aguardava-se uma categórica reacção dos azuis e brancos após o intervalo. Contudo, o tom descoordenado do FC Porto, se bem que dominador (a maior posse de bola é disso prova) e a argúcia táctica do Marítimo determinaram a divisão de pontos. Para o que contribuiram também (e não pouco) o tal "penalty" falhado e as confusões de Vítor Pereira na hora das mudanças.
-Rui Tovar, sapo.pt
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