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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Rui Tovar analisa vitória do Benfica na Mata Real
Era um teste difícil, já se sabia. O P.Ferreira está em grande momento, os seus jogadores já são apontados a dedo, o seu técnico, Paulo Fonseca, começa a ser referido com insistência e, por isso, a possibilidade de "haver Taça" na capital do móvel era grande. A expectativa, essa, é que não assumia contornos por aí além, que esta história das duas "mãos", com o 2º jogo a ditar a última palavra, retirou naturalmente ansiedade à coisa. De facto, não há nada como eliminatórias "manetas"...
Assim, para o conforto de um confronto não-decisivo, Jorge Jesus optou, em relação ao jogo de Braga, por chamar André Gomes (para jogar ao lado de Matic, mas mais ofensivo) e Aimar (no apoio a Lima), preterindo Ola John, ao mesmo tempo que encostava Gaitán ao flanco esquerdo.
Ao esquema encarnado, contrapôs o Paços com um miolo, constituído por André Leão, Luis Carlos e Vitor, que chegou para o bloco adversário, a ressentir-se da falta de espaço (o palco do Paços é dos mais estreitos da Liga) e do fraco desempenho do "mago" Aimar, que já não saca da cartola como antigamente.
Foi o período em que o P.Ferreira equilibrou as contas e pôs em respeito o Benfica, sobretudo num lance em que o seu ponta de lança teve ocasião de desfeitear Artur. Cícero, contudo, entaramelou-se no remate e não revelou a eficácia "discursiva" que o distingue. Face ao exposto, o "nulo" ao intervalo aceitava-se sem rebuço.
Diferente foi o panorama na 2ª parte, em especial quando Ola John substituiu Aimar, permitindo a Gaitán colocar-se no meio, reeditando o "número" de Braga, com Ola e Sálvio nos corredores. O golo do Benfica (Lima) veio logo a seguir e, se o Paços ainda fez questão de não acusar o toque, a expulsão de Vítor, após inqualificável entrada sobre Gaitán, acabou por derrubar a resistência dos homens da casa.
Em vantagem no marcador e nas unidades em campo, Jesus, à vontade, pôde então apostar forte no ataque, com a entrada de Rodrigo, passando então André Gomes para o lugar de Gaitán e que já fora de Aimar. Mais balanceado para a frente, o Benfica chegou naturalmente ao 0-2, num lance iniciado por Rodrigo a cujo remate Cássio se opôs à primeira, mas não impedindo a recarga vitoriosa de Ola John. Estava decidido o jogo.
Vitória merecida do Benfica, depois de 2ª parte em grande estilo, na qual, para além de uma excelente gestão dos seus recursos, soube também tirar partido das limitações do opositor. Falta agora o jogo da 2ª mão, mas, com dois golos de vantagem, o Benfica é naturalmente favorito, ainda para mais actuando no seu estádio. Porém, falta prová-lo. Já agora, a prova segue dentro de dois meses e meio, oxalá ainda esteja dentro do prazo.
sapo.pt
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