domingo, 30 de junho de 2013

Premier League foi uma manilha que acompanhou o ás de trunfo


A centralização dos direitos televisivos na Benfica TV levantou dúvidas entre os adeptos encarnados no que diz respeito à sua viabilidade. Sendo certo que as águias ficam livres das leis ditadas pela Olivedesportos, não é menos verdade que perdem os largos milhões (que deveriam ser mais) oriundos do acordo com a empresa fundada por Joaquim Oliveira.

A rentabilização deste modelo de negócio pioneiro estava ameaçada até há bem pouco tempo. Ao assumir os direitos de TV no seu canal, o Benfica ficava limitado aos assinantes MEO, Clix e Cabovisão, o que, por consequência, diminuía a penetração no mercado. 

Agora, o acordo com a ZON permitirá chegar a praticamente todo o país, visto que estes dois serviços abrangem a grande fatia do mercado da televisão por subscrição. Mérito, muito mérito, para os responsáveis encamados neste ponto, destacando-se ainda a internacionalização do canal através da ZAP.

Para os que pretendem assinar a Benfica TV, o preço é agora bem mais vantajoso quando comparado com o da Sport TV. Os 9,9 euros estão ao alcance de um público bem mais vasto e a Premier League foi uma autêntica "manilha" que acompanhou o ás de trunfo que são as partidas das águias. Menos conteúdos que a Sport TV? 

Totalmente de acordo, mas não convém esquecer que muitos benfiquistas que subscreviam este canal de desporto o faziam apenas por uma razão: seguir os jogos do seu emblema do coração. Assim sendo, mais uma batalha ganha nesta guerra particular.

Mas nem tudo são glórias. É importante não esquecer que a Benfica TV transmitirá apenas 15 jogos da equipa principal na próxima época. Ou seja, a Olivedesportos, sem pagar um cêntimo a Vieira, continuará a dar mais encontros do que o próprio clube. 

Embora perdendo milhões em publicidade e assinaturas, também poupará uns trocos significativos com o fim da ligação. O futuro dirá quem ficou a ganhar.» 

- João Socorro Viegas, jornal Record, 30 de Junho de 2013

sábado, 29 de junho de 2013

Aimar é exemplo! Até a despedir-se...

Pablo Aimar leva o Benfica «eternamente no coração», uma expressão simpática e bonita que traduz a elevação do jogador: esgotado o contrato de cinco épocas com o emblema da águia e a consequente despromoção a desempregado, à espera que o telefone toque na esperança de ouvir um convite que lhe agrade. Por outro lado, qualquer adepto que seja apreciador do futebol praticado com arte, beleza e classe, independentemente da preferência clubista, dificilmente poderá esquecer-se da genialidade do 'mago' argentino. Pelo contrário, irá ficar-lhe agradecido pelos inolvidáveis momentos por ele proporcionados, principalmente nas primeiras duas temporadas em Portugal, que culminaram na conquista do último campeonato por parte do Benfica (2010).

Apesar do infinito talento, a verdade é que Aimar pareceu sempre prisioneiro de frágil condição física, impeditiva de uma utilização mais regular. 

Jogos completos na Liga portuguesa estão registados dez na primeira época, quatro na segunda, oito na terceira, três na quarta e... nenhum na quinta, reflexo já, talvez, de um diálogo tenso com Jorge Jesus, que há muito se percebia, pela sucessão de pormenores indiciadores de uma convivência pouco confortável, mas que ele jamais denunciou. 

Só agora o faz através de A BOLA, com imenso cuidado nas palavras, de profunda gratidão em relação a Luís Filipe Vieira e a Rui Costa e de algum incómodo quando se refere ao treinador. Não puderam despedir-se da melhor maneira, reconhece, mas os primeiros anos foram bons e guarda de Jesus e do seu corpo técnico «grandes recordações».

Além de executante notável e de amar a sua profissão, Pablo Aimar deixou contributos importantes para a melhoria da imagem do futebolista profissional. Assim os mais jovens consigam entender as suas mensagens...» 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 29 de Junho de 2013

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Benfica TV: Comunicado oficial do Benfica


A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD chegou a acordo com a PT, ZON e ZAP para emitir nestas plataformas - a partir da próxima segunda-feira dia 1 de Julho - a Benfica TV como canal premium.

A história que começou em 10 de Dezembro de 2008 e que teve a Benfica TV como canal fundador da MEO, ganha agora uma nova dimensão. Passa a canal premium, por subscrição e ganha novas plataformas de distribuição.

A Benfica TV será o canal que irá oferecer, em exclusivo, os jogos da Primeira Liga do Sport Lisboa e Benfica realizados no Estádio da Luz. Em directo, em exclusivo, naquele que é um marco da televisão mundial: será a primeira televisão de clube a exibir os jogos da sua equipa profissional.

Mas as novidades não acabam aqui, a Benfica TV vai ser o canal de televisão português detentor dos direitos da Premier League, o campeonato mais competitivo e mediático do planeta. Manchester United, Liverpool, Arsenal, Manchester City e o Chelsea que será treinado novamente por José Mourinho.

A somar, existem ainda outros conteúdos exclusivos com o selo SLB: Equipa B, Juniores e futebol de formação, Modalidades de Futsal, Basquetebol, Andebol, Voleibol, Hóquei em Patins, tudo em HD a partir dos campos e pavilhões do Benfica.

A Benfica TV exibe ainda outras competições internacionais, entre jogos a contar e encontros de preparação. Na Benfica TV pode assistir ao Brasileirão, campeonato grego e norte-americano (MLS).

Um canal 24 horas como a Benfica TV não se fixa apenas na competição, privilegiando também a informação, o documentário, a entrevista e o entretenimento. Nesse contexto, como complemento à transmissão de jogos teremos para divulgar um conjunto de programas originais, diferentes dos que até aqui o canal tem exibido, para assegurar a originalidade da oferta deste canal pioneiro.

-Comunicado Oficial publicado no site do Sport Lisboa e Benfica

José Manuel Delgado sobre assembleia da Liga: "Decisões que são pregos no caixão do futebol"

 

O futebol profissional em Portugal tem perdido espectadores e cada vez capta menos receitas. Muitos clubes só não são proibidos de competir graças a artimanhas que ludibriam os mecanismos de fiscalização, criando assim um verdadeiro paraíso, feito de salários em atraso, para múltiplos devedores. 

Este é o estado na nação do futebol, sem tirar nem pôr. Quem tiver dúvidas (creio que ninguém as terá, mas...) que consulte os números disponíveis.
Perante este cenário decadente, foi dada aos clubes a possibilidade de enveredar por um novo modelo competitivo, suscetível de atrair mais receitas e proporcionar jogos mais apelativos. Pois os clubes, democraticamente, aliás, decidiram que deviam alargar a Liga Zon Sagres para 18 concorrentes, mantendo o modelo tradicional. Pode bem dizer-se que estamos perante um custo da democracia...

Quer isto dizer o quê? Julgo que esperar que os clubes tenham uma visão integrada da indústria do futebol e vejam para além do umbigo é tão provável quanto os católicos de Glasgow tornarem-se sócios do Rangers.

Por este andar, cantando e rindo, com decisões que são pregos no caixão do futebol, os clubes percorrerão uma 'via cruxis', de vitória em vitória até à derrota final.

Termino com uma citação de Martin Luther King, outra de Napoleão Bonaparte e uma derradeira de Octávio Machado, que podem explicar o voto dominante na Liga e a negociação que conduziu ao resultado final. 

Disse Martin Luther King: «Não há nada no mundo mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez consciente.» 

Já Napoleão afirmou que «Na política a estupidez pode não ser uma desvantagem.» 

E Octávio Machado: «Vocês sabem de que é que estou a falar...»» 

- José Manuel Delgado, jornal A Bola, 28 de Junho de 2013

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Leonor Pinhão irónica: "Em 104 jogadores haverá, certamente, um defesa-esquerdo"


1. Foi o próprio Beto quem anunciou que estava de saída do Sporting por «razões pessoais». Beto jogou dez anos em Alvalade o que faz dele uma figura com importância no clube. Roberto Severo de seu nome verdadeiro fica conhecido por Beto para todo o sempre.

Espanta-me, aliás, como o antigo defesa central do Sporting foi na conversa de trocar um nome tão imponente e romanesco como Roberto Severo por um diminutivo que, sendo muito respeitável, nada tem de singular.

Esclareça-se que o Benfica também teve o seu Beto, um brasileiro pouco dotado mas batalhador que durou duas épocas na Luz e que nunca caiu no goto dos adeptos, exceção feita a uma noite de Dezembro de 2005.
Num momento raro de inspiração, o nosso Beto acertou em cheio no pontapé e marcou o golo sensacional com que o Benfica venceu e afastou o fabuloso Manchester United da Liga dos Campeões. Foi uma festa.
Quero eu com isto tudo dizer que há muitos Betos. E que há poucos Robertos Severos.

O Beto do Sporting teve a sua noite negra num jogo com o Benfica do campeonato de 1998/1999. Fez dois autogolos, é obra.

Como o Benfica ganhou a partida precisamente por 2-1 imagine-se o impacto que o duplo infortúnio do defesa do Sporting causou em todos os segmentos da vida nacional nos dias que se seguiram ao 'derby'. Já lá vão alguns anos.
Nem o presidente do Benfica à época se conteve como lhe competia. Pouco tempo depois do dito clássico, visitando os jogadores do Benfica num estágio da Seleção Nacional, Vale Azevedo cruzou-se com Beto também ele convocado, e atirou-lhe com esta impiedade:

- Então como é que está o nosso goleador?

Foi um escândalo muito comentado no momento e o presidente do Benfica não se livrou de mil justas censuras pelo seu ato refletido. Sim, refletido.
Beto voltou a ser notícia no início desta semana quando tornou público o ponto final na sua relação com o Sporting. O ex-jogador desempenhou até à última segunda-feira as funções de diretor de relações públicas e internacionais. Foi suficientemente claro na sua breve alocução de despedida: «Esta decisão é da minha inteira responsabilidade», disse. Como quem diz que saiu porque quis.

Não resisto a partilhar o comentário de um amigo meu, João Gonçalves, benfiquista até mais não, quando se soube que Beto ia sair do Sporting.
- Pronto! Agora já pode ir finalmente para o Real Madrid!

Os mais novos provavelmente não se lembram mas durante defesos a fio, ano após ano, os jornais foram noticiando em maiores ou menores parangonas que Beto estava à beira de assinar pelo Real Madrid, o que nunca acabou por se verificar.

Vem tudo isto a propósito disso mesmo. Das notícias do defeso e do desfilar de nomes de jogadores a contratar pelos clubes, sendo que a resolução dos hipotéticos negócios está quase sempre 'presa por detalhes', pelo menos até ver.

Lisandro Lopez, por exemplo, um defesa central argentino que o Benfica procura contratar ou já contratou tem sido protagonista de mais uma novela de Verão. Durante três semanas a transferência esteve presa por detalhes causando natural apreensão nos adeptos, por experiência própria acostumados a reviravoltas de última hora.

Por isso o melhor sempre é esperar para ver Lisandro Lopez chegar à Luz e começar a jogar o seu futebol. Dizem os adeptos do Arsenal de Sarandi nos desabafos de o ver partir que Lisandro Lopez é um grande jogador.

Por norma, quando se trata de definir a competência ou mesmo a categoria de um jogador, acredito mais no coração dos adeptos a falar ao pé a boca do que nas radiografias técnico-táticas dos especialistas todos juntos, incluindo os empresários da bola. Sendo parte interessada, não se lhes pode exigir imparcialidade sobre os produtos que colocam no mercado não é verdade?

2. Já os adeptos falam por amor e não por interesse. E raramente falham nas suas apreciações porque sabem bem quem dos seus lhes deu tristezas e quem dos seus lhes deu alegrias. E o número de vezes também. Os adeptos contabilizam tudo e, por isso, são o único poço válido de informação.

A questão é que através das redes sociais e de sites do clube argentino, muitos foram os adeptos do Arsenal de Sarandi que lamentaram a saída do jogador tecendo-lhe os maiores elogios. Nem os vou transcrever para não dar galo. É que estas coisas, por muito que me custe admiti-lo, nem sempre são certas.

Querem um exemplo? Quando Xandão saiu do São Paulo para o Sporting, os adeptos paulistas festejaram o acontecimento sem dó nem piedade fazendo prever o pior para a carreira europeia do longilíneo defesa central em quem, decididamente, não acreditavam.

Muito espantados devem ter ficado os más-línguas paulistas, poucos meses depois, quando viram o mesmo Xandão marcar um golo de calcanhar ao Manchester City, uma habilidade que correu o mundo e ajudou o Sporting a afastar da Liga Europa o iminente campeão inglês de 2011/2012. E, nesse preciso instante de calcanhar, naquele raro segundo, lá se foi também por água-abaixo a minha teoria de que os adeptos é que percebem de futebol e de futebolistas. E nunca falham.

Conclui-se, com o devido respeito, que os adeptos às vezes falham e que há jogadores que às vezes acertam.

Julgo ter explicado este meu desinteresse metódico por notícias de contratações de jogadores no período do Verão. São muitos nomes, muitas caras, e uma pessoa, inevitavelmente, baralha-se. Até porque não podem vir todos. Ou podem?

Pelos vistos podem. Na sua manchete de terça-feira, A BOLA anunciava que Lisandro Lopez, o tal que deixou os adeptos do Sarandi em lágrimas, é o 104.º jogador com contrato com o Benfica para além de 30 de Junho.

Que excelente notícia para a temporada que se aproxima. Em 104 jogadores haverá, certamente, um defesa-esquerdo.

-Leonor Pinhão, jornal A Bola, 27 Junho 2013

Bagão Félix surpreso com nº de jogadores com contrato com o Benfica


Apesar de tudo, surpreendeu-me a notícia de terça-feira de A BOLA sobre os 103 jogadores de futebol vinculados ao Benfica. Não pela hipérbole numérica, mas pela hipérbole da hipérbole.

Claro que os 102 atletas são o ponto de acumulação de muitos momentos ao longo do tempo. E de agora existir a equipa B. E de haver muitos à experiência (?). Ou ainda de quem nem sequer conhece o Estádio da Luz por dentro.

No total, são 22 nacionalidades e a Torre de Babel de 10 idiomas. Segundo o jornal, na equipa B há 5 guarda-redes e 9 avançados. Emprestados são 23% (24 jogadores), entre eles, Nolito, Ruben Amorim, Airton, David Simão, Nélson Oliveira, Mora, Hugo Vieira, Jara. Uma fartura!

Num tempo de vacas mais do que magras, bom seria saber-se quanto custa (e custou) ao clube o quinhão de jogadores fora do perímetro benfiquista.
Percebo que os negócios de aquisição de direitos de bons jogadores comportam, por vezes, não bónus mas 'malus' e que se corre o risco de virem uns monos disfarçados de profissionais competentes. Mas imagine-se cenário semelhante numa sociedade de outro ramo. Certamente, já teria havido consequências a nível decisório.

Por fim, mas não menos importante, há a constatação de quanto maior for o 'turnover' mais são as comissões dos intermediários. A comprar e a vender. 

Um carrossel de serviços com retorno garantido entre paralelos, meridianos e paraísos. Com a vantagem, para eles, de uma vez pago o serviço ('limpinho'), o problema do excesso de stock ser com os outros.

103= (11 X 9) + 4. Nove equipas nesta equação SLB que a BOLA nos revelou. Venham agora os números do Porto e do Sporting...» 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 27 de Junho de 2013

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Benfica-Sporting: Derby da pré-época já tem data marcada


Competição centenária volta a realizar-se vinte anos depois

Benfica e Sporting vão defrontar-se na pré-temporada no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, a 20 de julho, no regresso da Taça de Honra, a segunda prova mais antiga do futebol português, interrompida em 1993, depois de 64 edições. A competição conta ainda com a participação do Estoril e do Belenenses.

Assim, a 20 de julho, pelas 18h30, Estoril e Belenenses inauguram a competição, antes do derby, marcado para as 21h15 do mesmo dia. No dia seguinte, mais dois jogos, o primeiro marcado para as 18h30, para decidir o terceiro e o quarto lugares, antes da final marcada para as 21h30.

O Sporting é o clube com mais triunfos nesta competição que começou a ser disputada em 1915 e foi interrompida em 1993. Os leões somam 29 títulos, à frente do Benfica, (19), Belenenses (12), V. Setúbal (duas), Casa Pia (1) e o Império (1)

-Noticia retirada do site do Mais Futebol

André Gomes: Lentíssimo e sem garra, sinais de tão precoce vedetismo


Portugal vai benzinho no Mundial de futebol sub-20, dois anos após ter sido vice-campeão neste escalão etário (final perdida, 2-3, com o Brasil). Registo que recupera precioso alimento de esperança: jovens seleções (também abaixo de sub-20) regressam ao alto nível competitivo de que foram afastadas quando clubes e Federação deram chocante sumiço a trabalho de base que rendeu dois títulos mundiais e, sobretudo, produziu, rumo à Seleção A e a multiplicação de estupendas carreiras internacionais, Vítor Baía, Fernando Couto, João Vieira Pinto, Paulo Sousa, Capucho, Paulo Madeira, Folha, Abel Xavier, Jorge Costa, Peixe, Rui Costa, Figo...

Esta Seleção sub-20 é muito diferente da vice-campeã-2011. Tem mais talentos individuais e, decerto por isso, muito contrasta na global estrutura. 

Há dois anos com o mesmo selecionador, forte organização defensiva, desde o meio-campo, e sistemática estratégia de contra-ataque (aí brilhou Nélson Oliveira). Agora, a par de superior rodagem (bem-aventurado regresso de equipas B), lote de jogadores já com algum nome: Edgar lé, Llori, João Mário, Agostinho Cá, Cancelo, Esgaio, André Gomes, Ricardo, Bruma... 

Contraponto: deficiente estrutura defensiva (2 golos sofridos por jogo, mau grado boas atuações de José Sá, guarda-redes do Marítimo B) e tendência para alguns se desligarem do coletivo... Não é o caso do excelente Bruma (dilema em Alvalade: por um lado, cada vez mais difícil segurá-lo...; por outro, cotação sobe, sobe...). 

Dececionantes duas ditas estrelas: Ricardo e André Gomes. 

O extremo recém-transferido do V. Guimarães para o FC Porto talvez possa alegar fadiga. No médio do Benfica, lentíssimo e sem garra, sinais de tão precoce vedetismo...; percebe-se porquê Jorge Jesus, que o lançou no onze principal, veio a afastá-lo de muitas convocatórias.» 

- Santos Neves, jornal A Bola, 26 de Junho de 2013

José António Saraiva e os frangos de Artur nos jogos contra o Porto


Artur, guarda-redes do Benfica, terá sido vítima de chantagem nos últimos meses, em consequência de uma alegada traição ao matrimónio.

Não conheço os contornos do caso, pelo que não posso pronunciar-me. Mas uma coisa todos viram: o grande Artur não esteve presente na baliza do Benfica em alguns momentos decisivos.

Segundo a imprensa noticiou, Jorge Jesus não gostou das exibições do seu guarda-redes nos jogos contra o Porto.

Todos sabemos como os confrontos com o Porto são fundamentais para os adeptos do Benfica. Uma derrota com o Porto é um sapo muito difícil de engolir. Ainda hoje os benfiquistas falam dos 5-0 sofridos no Dragão, e nunca perdoaram a Jesus essa humilhação, apesar de ter sido há quase três anos.

Pela mesma razão, Jorge Jesus dificilmente perdoará a Artur várias falhas nos desafios contra o rival.

Na penúltima época, Artur foi batido por uma cabeçada de Maicon num jogo determinante para o título. E nem o facto de o lance ser em fora-de-jogo iliba o guarda-redes de culpas.

Nesta última época, todos recordam o monumental frango em que Artur quis fintar Jackson Martínez e acabou desarmado por ele (que fez golo a seguir). E no jogo dramático do Dragão, que decidia tudo, Artur defendeu para dentro da baliza um ressalto de bola em Maxi Pereira que nem parecia muito perigoso.

São momentos infelizes, todos sabemos. Mas quando têm lugar contra o Porto, custam muito mais a perdoar pelos benfiquistas.

Até porque os guarda-redes têm uma desvantagem em relação aos avançados: nestes, fica-nos na memória a imagem dos golos, nos guarda-redes o que recordamos sobretudo são os frangos.

-José António Saraiva, jornal Record

terça-feira, 25 de junho de 2013

Rui Dias: Jorge Jesus comparado com quê?



1. A qualidade no futebol leva implícito o resultado - ninguém é bom se perder sistematicamente. Mas ganhar pode não ser tudo quando os clubes se atrasam em relação às metas que se propõem alcançar. Nas últimas duas décadas o Benfica viveu enredado numa teia gigantesca, desenhada por desvios ideológicos ao rumo de toda a vida; à perda de influência nas altas instâncias e à falta de coerência técnica traduzida no modo como foi transformando cada época numa etapa avulsa, descontextualizada de qualquer estratégia - e só não se desagregou por completo porque, apesar de tudo, manteve o apoio popular que reitera o estatuto de maior clube português.

2. Os adeptos têm reações instantâneas, muitas vezes despojadas de reflexão; as emoções à flor da pele não lhes permitem analisar a realidade com lucidez, pelo que são apenas o reflexo de um estímulo negativo que conduz à revolta. Contra ventos e marés, Luís Filipe Vieira resistiu aos protestos exteriores e manteve Jorge Jesus no cargo - incrível como, depois de perder campeonato e Liga Europa, só a derrota na final da Taça de Portugal conduziu o povo ao desvario. LFV preferiu não responder com o mesmo sentido de imediato, ganhou tempo e agiu de acordo com as convicções: sofreu com as derrotas, refletiu sobre as suas consequências e decidiu de acordo com o seu balanço dos últimos quatro anos.

3. Em 2009, quando entrou na Luz, JJ assumiu a herança de um clube que perdeu o hábito de vencer e deixou de olhar para o futuro com a coerência necessária encontrou uma equipa desamparada, sem elos de ligação ao passado e confundida pela urgência de voltar às vitórias, apesar dos erros de diagnóstico, gestão e organização. O mérito foi respeitar o legado histórico da comunidade e formar equipas deslumbrantes, com pendor ofensivo e estética apurada; recuperar um estilo, consolidá-lo e construir exército temível que mereceu respeito e admiração das plateias. Em pleno ciclo hegemónico do FC Porto, JJ criou riqueza e diminuiu a desvantagem para a força dominante.

4. O exercício mais honesto para medir a importância de JJ é a comparação. Se tivermos como referência os anos 60 e 70, símbolos de uma potência que vencia três em cada quatro campeonatos, ou mesmo o período entre o início dos 80 e meados da década seguinte (seis títulos em doze), ganhar uma em quatro ligas não chega - é um desastre. Mas se considerarmos o período entre 1994 e 2013, em que o Benfica foi campeão apenas por duas vezes, a conversa muda de figura. O voto de confiança em JJ pressupõe a convicção do regresso às vitórias sustentado num projeto sólido e não como resultado de aposta no euromilhões; tem como objetivo razoável beliscar a hegemonia portista e não depender de milagres como o de Trapattoni, cujo título caiu do céu aos trambolhões.»


- Rui Dias, jornal Record, 26 de Junho de 2013

Martin Pringle: Contratado para ponta de lança por engano?


Dezoito anos depois de ter chegado ao Benfica, Martin Pringle, contratado para jogar como ponta de lança, veio agora afirmar, em interessante entrevista conduzida pelo jornalista Pascoal Sousa, que, afinal, «não era tosco, nem pezudo», simplesmente não lhe deram tempo nem lhe enxergaram talentos, que os tinha, assegura. 

O presidente, na altura, chamava-se Manuel Damásio e o treinador era Paulo Autuori. O estágio de preparação decorreu na Suécia e o clube da Luz andava no mercado à procura de quem marcasse golos. Até que o nome de Pringle, que alinhava no modesto Helsinborg, emergiu como solução milagrosa. 

Tive o privilégio de acompanhar esses dias com o plantel encarnado na qualidade de enviado-especial de A BOLA e recordo-me, como se fosse hoje: sorrateiro, como mandam as boas regras jornalísticas, no final de um dos treinos, aproximei-me de Mats Magnusson, o adjunto do clube sueco, e disse-lhe: 'Mats, o ponta de lança que o Benfica quer é o Pringle'.

Parou, pousou o saco das bolas, fitou-me com um sorriso largo e corrigiu-me: «Não pode ser porque é defesa-central. O nosso avançado aleijou-se e como o Pringle é alto e joga bem de cabeça o treinador utilizou-o no ataque, em dois jogos... Por isso não pode ser ele.»

Mas pôde. Andou Toni seis meses a calcorrear continentes à descoberta do ponta de lança e... aterrou na Luz um sueco que nem era louro, um central disfarçado de avançado. 

Se há negócios misteriosos no futebol, este foi um deles, seguramente.» 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 25 de Junho de 2013

Bruno Carvalho critica ausência do presidente nas finais das modalidades


UMA LIDERANÇA QUE NÃO SE ENTENDE

Porque é que o Presidente do Benfica não esteve na final de futsal?

Porque é que o Presidente do Benfica não esteve na final de basquetebol?

Porque é que o Presidente do Benfica não esteve na final da Liga Europeia de hóquei em patins?

Porque é que o Presidente do Benfica não esteve na final de voleibol?

Porque é que o Presidente do Benfica não esteve, na Luz, no jogo contra o Estoril?

Porque é que o Presidente do Benfica ficou no balneário, nas Antas?

Será que o Presidente do Benfica não acha importante a sua presença, a presença do líder?

Qual será o motivo real para tanta ausência?

-Bruno Carvalho, Facebook

João Querido Manha analisa situação das pérolas da Selecção de Sub-20


Com uma alcunha fácil de pronunciar em todas as línguas, Bruma apresenta-se ao Mundo neste verão e pode sair do Mundial da Turquia como uma estrela nascente. O talento transborda, o carisma adivinha-se e só lhe falta a experiência e uma atitude trabalhada contra o deslumbramento e o individualismo. Bruma lidera uma Seleção com mais talento e mais experiência do que a de há dois anos, que ficou em 2.° lugar no Mundial, mas tarda em ver confirmar o valor dos seus melhores jogadores. Nenhum deles, nem sequer Nélson Oliveira, apesar do muito especial amparo que o levou tão cedo à Seleção principal, cresceu para o patamar acima, ao contrário do que aconteceu com alguns dos membros da seleção do Brasil, como Fernando, Oscar, Lucas ou Danilo, sem esquecer Neymar que foi dispensado de disputar o campeonato na Colômbia.

Com Bruma, mas também com Aladje, João Cancelo, André Gomes, Agostinho Cá e João Mário, jogadores acima da média para o escalão, esta equipa pode não repetir a classificação de 2011, mas fornecerá mais e mais cedo jogadores de topo aos clubes e à Seleção principal. O extremo é um talento puro, capaz de desempenhar mais funções do que Jesualdo lhe atribuiu nos primeiros meses no Sporting, o avançado guineense é um achado, o lateral-direito é de uma espécie em vias de extinção e os três médios têm o ADN clássico do meio-campo português.

Os jovens portugueses estão ameaçados por falta de apostas do Benfica e do Porto, em contraste com as facilidades oferecidas a estrangeiros da mesma idade, como o paraguaio Rojas ou o colombiano Quintero, figuras da jornada de ontem que são pretendidas pelos nossos dois principais clubes. Da mesma classe de Bruma, oferecem todavia um potencial de maior retorno financeiro e muito menos problemas de "motivação" e disciplina, sem menosprezar a complicada relação com os respetivos agentes e mandatários, para quem a gestão da carreira destes jovens passa exclusivamente pela exportação a qualquer preço.»

-João Querido Manha, jornal Record, 23 de Junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Sub-21: Rodrigo na equipa All Star do Europeu


O nome do jogador do Benfica Rodrigo consta entre os 23 melhores jogadores do último Europeu de sub-21, que terminou na última terça-feira e consagrou a Espanha como a melhor seleção da categoria.

Além de Rodrigo, que apontou um golo nesta fase final que decorreu em Israel, mais dez jogadores da rojita estão neste dream team escolhido pelo UEFA.

A Itália, finalista vencido, e Holanda, de Ola John, têm quatro elementos nesta equipa.

Equipa All Star do Europeu:

Guarda-redes - Francesco Bardi (Itália), David de Gea (Espanha) e Orjan Nyland (Noruega);

Defesas - Marc Bartra (Espanha), Luca Caldirola (Itália), Inigo Martínez (Espanha), Bruno Martins Indi (Holanda), Martín Montoya (Espanha), Alberto Moreno (Espanha) e Stefan Strandberg (Noruega);

Médios - Alan Dzagoev (Rússia), Lewis Holtby (Alemanha), Asier Illarramendi (Espanha), Isco (Espanha), Koke (Espanha), Adam Maher (Holanda), Thiago Alcântara (Espanha) e Marco Verratti (Itália);

Avançados - Fabio Borini (Itália), Luuk De Jong (Holanda), Álvaro Morata (Espanha), Rodrigo (Espanha), Georginio Wijnaldum (Holanda).

-Noticia retirada do site do jornal A Bola
 

sábado, 22 de junho de 2013

Ranking: Os clubes portugueses mais seguidos no Facebook


O Benfica é quem tem mais seguidores entre os clubes da 1.ª Liga com página oficial no Facebook. O emblema com menos adeptos nesta rede social até conquistou um lugar nas competições europeias, de acordo com um levantamento feito pelo Relvado.

Veja nas imagens que ilustram este artigo como está escalonado este ranking, atualizado no final da manhã de sexta-feira e que tem como base as páginas oficiais dos clubes. Uma dica: repare na diferença entre o número de seguidores do Sporting de Braga e do Vitória de Guimarães.

Eis o Ranking:

1º - Benfica..............................................1.333.138 gostos
2º - Porto.................................................1.086.850 gostos
3º - Sporting................................................589.798 gostos
4º - Académica..............................................37.427 gostos
5º - Braga.....................................................28.826 gostos
6º - Guimarães..............................................28.822 gostos
7º - Paços de Ferreira.....................................18.030 gostos
8º - Setúbal..................................................17.425 gostos
9º - Belenenses.............................................13.537 gostos
10º - Maritimo...............................................10.252 gostos

-Noticia retirada do site Relvado

Fernando Guerra: A importância de ter Vieira


Pode tratar-se de uma inevitabilidade face à decrépita situação financeira do emblema do leão, de um ponto final em gestões gastadoras ou de um basta!, dito com firmeza pelas instituições credoras, provavelmente cansadas da irresponsabilidade de dirigentes movidos pelo vaidade. Chegado a este ponto de endividamento pouco relevante será o motivo que determinou a «reestruturação operacional» de todo o grupo empresarial do Sporting, mais interessando saber que medidas foram ou vão ser tomadas no sentido de lhe devolver a credibilidade. Esta 'engenharia', apesar de complexa e misteriosa, a seu tempo será descodificada e avaliada, sendo certo que, independentemente das interpretações que vier a suscitar, ela expressa, em primeiro lugar, uma atitude de coragem e também de decência de Bruno de Carvalho: denunciou o lodaçal de intrigas e influências, como prometera em campanha eleitoral, e combateu-o com as armas que a sua limitada capacidade de manobra lhe permitiram. 

O caso da transferência de Rinaudo é apenas o último trazido a público nesta edição de A BOLA, em que o pecado de operações cambiais mal feitas ou o 'milagre' de generosas comissões transformaram uma venda de pouco mais de um milhão de euros numa compra de quase dois milhões e meio. Sabe-se a data em que a transação se realizou e sabe-se, igualmente, quem eram os indivíduos que mandavam no futebol leonino...

Em janeiro de 2001 começou a construção do novo Estádio José Alvalade. Foi inaugurado em Agosto de 2003. Em Outubro de 2001 começou a construção do novo Estádio da Luz. Foi inaugurado em Outubro de 2003. Vivia-se ainda na ilusão do Euro-2004, que nada deu, além de dívidas. O Benfica teve, porém, um verdadeiro líder, Luís Filipe Vieira, e seguiu em frente. O Sporting teve várias imitações e continua à roda... Bruno de Carvalho representa, por isso, a imagem de esperança na mudança.» 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 22 de Junho de 2013

Verão quente de 93: Raptos, esconderijos e muito suspense


À hora a que está a ler este artigo, o Verão já deve ter começado. Foi hoje às 5h04 de Portugal continental que se iniciou a estação preferida de muitos. Isto contra a "vontade" dos peritos franceses, que garantem estarmos perante o estio mais frio dos últimos 200 anos. 

Como não acreditamos nessas teorias, embora ainda estejamos a tentar perceber onde se enfiou o calor de Junho, resolvemos ir buscar o Verão mais quente dos últimos 20 anos. Não em termos meteorológicos - deixamos essas competências a outros -, mas seguramente no planeta futebolístico nacional. 

Em 1993 o Sporting aproveita as dificuldades financeiras do rival lisboeta e, de uma assentada, contrata Paulo Sousa e Pacheco. A notícia caía que nem uma bomba na Luz. O médio de 23 anos e o extremo de 26 rescindem com o Benfica, alegando salários em atraso, e são apresentados no outro lado da Segunda Circular.

"Os jogadores estavam disponíveis, não fiz mais que a minha obrigação. Sempre respeitei todos os clubes, incluindo o Benfica, mas estava a defender o meu. Lembro-me de quando cheguei ao Sporting, soube que o Benfica tinha contratado o Figo e tive de ir buscá-lo ao Algarve", recorda o antigo presidente do Sporting ao i. 

Mas recuemos um pouco; uns meses antes o então líder leonino anuncia que Paulo Futre vai regressar ao clube que o formou. Poucos dias depois, o extremo assina pelo Benfica. Apesar da conquista da Taça de Portugal no fim da época, os encarnados entram numa situação financeira perigosa. 

Sousa Cintra aproveita para se vingar e, além de Sousa e Pacheco, tenta ainda roubar, embora sem sucesso, os meninos queridos dos adeptos rivais: João Vieira Pinto e Rui Costa. "Esse Verão foi uma novela e das grandes! Os adeptos ficaram eufóricos. Depois o Benfica conseguiu resgatar o João Pinto, pagou-lhe mais. Já faz parte do passado e não quero falar muito disso", diz. 

Terá sido uma vingança? Sousa Cintra mantém uma calma diplomática: "Contratei jogadores que estavam disponíveis. Eles [Sousa e Pacheco] é que quiseram sair, ninguém lhes apontou uma pistola."

NOVELA DÁ UM THRILLER 

Se de um lado o protagonista era Sousa Cintra, não podíamos contar a história sem falar com um dos actores principais da novela. 
Manuel Barbosa, um dos empresários mais influentes do futebol português nas décadas de 80 e 90, na altura representava os dois jogadores. 

O agente FIFA garante ter negociado a transferência de Paulo Sousa para a Juventus em Abril de 1993, no dia de um jogo contra o PSG. "Só não foi anunciada logo porque eles estavam a tentar desvincular-se do David Platt. Depois, no Verão, o Paulo mandou um advogado ligar-me a dizer que ia para o Sporting. Foi uma surpresa, porque ele não tinha razão para rescindir e a Juventus tinha-lhe oferecido quatro vezes mais que o Sporting", explica. 

É aqui que a novela se transforma num thriller, com raptos, esconderijos e muito suspense. "O Paulo foi raptado, ficou escondido na casa de um sportinguista, o Reymão Nogueira, na Quinta da Marinha. Depois foi para o Algarve e esteve sempre sob controlo do actual presidente do Portimonense", conta. 

O caso de Pacheco foi mais simples. Manuel Barbosa informou a direcção do Benfica que não podia reter o jogador devido aos salários em atraso. "Um homem que tem razão não precisa de fugir." Caso arrumado. Mas a narrativa continuava emocionante, pois João Vieira Pinto foge mesmo. Para Torremolinos, "pela mão de José Veiga".

MUNDO CÃO 

Manuel Barbosa retém com facilidade os pormenores do enredo e não se furta a acusações. "Isto é um mundo cão. Ele colabora no rapto do João e mais tarde regressa ao Benfica para uma posição de destaque [director desportivo] e a receber salário do clube", afirma. Mas é então que aparece Valentim Loureiro, qual super-herói de BD a salvar o presidente do Benfica. O antigo líder do Boavista liga à avó de JVP e pede-lhe que informe o neto de que tem de voltar a casa. 

Jorge de Brito vai buscá-lo e impede-o de vestir a camisola do Sporting. "O Rui Costa foi convidado para fazer o mesmo mas recusou logo. Foi um ataque cobarde à fragilidade do momento do Benfica", acusa o empresário.

Desde a fundação dos dois clubes que vários futebolistas trocaram de emblema para o lado rival. Mas não restam dúvidas de que o Verão quente de 1993 continua a marcar a história do futebol português. 

Os adeptos benfiquistas nunca mais perdoaram a Paulo Sousa e Pacheco, mas a atitude de Rui Costa ficou para sempre nos seus corações. Em Alvalade, os jogadores roubados ao rival deram aos adeptos uma pequena vingança pela contratação de Futre. 

Porém, Sousa Cintra bem se deve ter arrependido de ter deixado escapar JVP. É o ainda Menino de Ouro da Luz, que no dia 14 de Maio de 1994, perante uma chuvada monumental no Estádio de Alvalade, faz um jogo perfeito. 

Três golos ao Sporting e vitória do Benfica por 6-3, que acabaria por conquistar o título. Mas por vezes é impossível fugir ao destino. João Pinto acaba mesmo vestido de verde e branco; dispensado por Vale e Azevedo, assina pelo rival em 2000. 

Nas deslocações à Luz é assobiado pelos adeptos que sempre o idolatraram. O futebol não é nem nunca foi o mundo da razão. Aqui manda a paixão.

-Noticia retirada do site do jornal i

Fernando Eurico em entrevista: Jorge Jesus parte em vantagem para o próximo campeonato


Apesar do mercado de transferências oficial ainda nem sequer ter aberto, FC Porto e Benfica estão a mostrar uma postura muita ativa no que toca a reforços. Os dragões têm apostado mais no contexto nacional, enquanto as águias se viraram marcadamente para a nacionalidade sérvia. Uma coisa os une: o abandono progressivo das minas de ouro e do samba brasileiro.

Fernando Eurico, jornalista da Antena 1, acredita que o mercado, tal como a roupa, é de modas. Em exclusivo com o Futebol 365, o profissional da rádio pública aceitou fazer um ponto de situação do que tem sido a política de contratações de FC Porto, Benfica e Sporting. E, apesar de um final de época infernal, dá uma ligeira vantagem à armada de Jorge Jesus. Sobretudo pela continuidade.

«A tendência de contratações do Benfica pode ser encarada através de dois prismas: o facto de o clube buscar a tradição de jogadores sérvios que tiveram sucesso no passado como Filipovic e a necessidade de se encontrar atletas que se adequem ao modelo de jogo da equipa. Tem sido feito um excelente trabalho de prospeção», elogiou, compreendendo o facto de não se ter apostado em nomes como Hugo Vieira e Nélson Oliveira.

«O problema é que o futebol é tão rápido e momentâneo que, quando um jogador não pega de estaca, dificilmente consegue convencer. A aposta nestes mercados justifica-se com a expetativa de bons encaixes financeiros no futuro», sustentou.

Fernando Eurico também nota um gradual afastamento do futebol português em relação ao mercado brasileiro e explicou o motivo. «O futebol é feito de modas. Ao longo das temporadas, a prospeção vai mudando de continentes. Hoje, o Brasil é um país caro e com outro poder económico. Pela sua capacidade de crescimento, deixaram de ser tão apetecíveis para Portugal», justificou, notando igualmente mais atenção ao contexto nacional.

«Creio que o FC Porto e o Benfica estão a mostrar maior preocupação com o mercado interno, depois da criação das equipas B. Por isso, tentarão rentabilizar alguns ativos portugueses», previu, reservando algumas épocas de paciência para o Sporting.

«Acho que o Sporting ainda não conseguirá lutar pelo campeonato. Não pelo Leonardo Jardim, nem por falta de capacidade organizativa de Bruno de Carvalho. Não possui poder financeiro e terá que ancorar a sua evolução na Academia e noutros ativos. É esse o drama: quem não pode comer camarões, tem que comer sardinhas», lamentou.

Fernando Eurico coloca Jorge Jesus e o Benfica em vantagem

Apesar do mercado ainda ser uma criança, o jornalista da Antena 1 confessou ao Futebol 365 que atribui vantagem ao Benfica na luta pelo título. «Acho que Jorge Jesus parte com a vantagem da continuidade. Isso é sempre uma marca de sucesso. Jorge Jesus tem mais currículo do que Paulo Fonseca, mas o segundo tem um aspeto importante: a estrutura do FC Porto, que é cada vez mais um clube onde o treinador é que se tem que adaptar à realidade em vigor», acrescentou, finalizando a seguir.

«O Paulo Fonseca vai beneficiar de maior proteção. Jorge Jesus tem mais estatuto. Acho que a grande questão será o final dramático da última temporada. Um empate ou uma derrota inesperada do Benfica revelará de imediato os fantasmas do passado».

-Noticia retirada do site Futebol 365

sexta-feira, 21 de junho de 2013

João Bonzinho critica Benfica na gestão do "caso" Cardozo


Foi com um sentido completamente diferente que os adeptos criaram para o número 7 das últimas seis épocas do Benfica o refrão especial e forte com que brindaram os estádio jogos e jogos a fio... «Tenham cuidado, ele é perigoso, ele é o Óscar Takuara Cardoso» ... foi o que se ouviu com intensidade, sobretudo nas mais gloriosas noites da Luz, por aqueles que verdadeiramente sempre o amaram.

Acontece que Cardozo nunca foi unanimemente amado e, pior do que isso, não podia ter escolhido, na final da Taça, mais desajeitada forma de justificar o sentido literal do refrão que os adeptos tão carinhosamente lhe dedicaram.
Ao manifestar-se tão agressivamente junto de Jesus logo que a derrota no Jamor se tornou irremediável, o perigoso takuara Cardoso deu ainda mais força a todos os que sempre o odiaram para reclamarem que Jesus e Vieira o afastassem do plantel.

Mas nem era preciso.

O que hoje se sabe é que o próprio Jesus condenou Cardozo a deixar a Luz, apesar de toda a compreensão demonstrada no final daquele jogo maldito para os encarnados, quando Jesus pareceu desculpar o paraguaio e justificar com a «cabeça quente» a inesperada e inqualificável atitude do jogador.

Agora, quase um mês depois da derrota com o Vitória de Guimarães, o que continua a surpreender não é, evidentemente, que Cardozo pareça mesmo continuar com guia de marcha para deixar a Luz ao cabo de seis épocas como número 7 e grande goleador, o que verdadeiramente surpreende é que o Benfica tenha permitido que ao cabo de um mês Cardozo não tenha dito uma palavra sobre o assunto.

Correu ontem que Cardozo teria utilizado uma rede social para declarar o seu amor ao Benfica. O empresário do jogador, Pedro Aldave, apressou-se a desmentir, e sabe-se agora que Cardozo nem terá página no Facebook.
Nem aquece nem arrefece.

Ponto um: logo na semana seguinte à final da Taça, o Benfica deveria ter obrigado Cardozo a pedir publicamente desculpas, à instituição, aos adeptos, aos dirigentes, ao treinador, claro, e aos companheiros. Nessa altura, Cardozo deveria ser intimado a jurar amor à camisola encarnada e ao clube que o tirou do desconhecido e pobre futebol do Paraguai para um futebol europeu que o tornou, apesar de todas as crises, mais rico a famoso.

Com esse trabalho de casa, o Benfica teria assegurado, por exemplo, maior tranquilidade, tolerância e até aceitação da maioria no caso de se mostrar inevitável manter Cardozo.

Face à gravidade da atitude do jogador (um gesto muito difícil de perdoar num clube desta dimensão), poderia ainda o Benfica ter feito mais.
Poderia, porventura, ter dito a Cardozo qualquer coisa «ou encontras um clube que pague ao Benfica o que o Benfica deseja pelo teu passe ou passarás a próxima época a treinar, às sete da manhã, sozinho, atrás de uma das balizas».

Cruel?
Talvez.

Mas uma forte estrutura do futebol encarnado teria, certamente, feito isso.
Alguma vez Cardozo foi maltratado na Luz? Não lhe foram dadas todas as condições para desempenhar a sua atividade profissional? Não foram respeitados todos os seus mais elementares direitos?

O que Cardozo fez na final da Taça é absolutamente condenável e nem pode, como já se concluiu, ser analisado à luz de qualquer «cabeça quente», porque o jogador teve minutos mais do que suficientes no banco para arrefecer qualquer ânimo. Ao vermos tantas vezes no rosto de Cardozo aquela expressão aparentemente triste, aparentemente de birra, percebe-se que se tratará de uma personalidade com o lado emocional de um bebé grande, ora intenso, ora frágil, ora solidário, ora agressivo.

Foi o que se viu naquele jogo na Madeira, com o Nacional, quando, depois de pontapear um adversário, ainda teve a lata de puxar a camisola ao árbitro (Pedro Proença) que lhe custou, vá lá saber-se porquê, apenas um leve e surpreendente castigo e lhe terá dado, perigosamente, talvez até a noção de alguma impunidade, com o risco de repetir a graça, como aliás repetiu, sem qualquer graça, com o próprio treinador da equipa.

Que era mesma a última coisa que poderia esperar-se.

Da final da Taça para cá, nada parece ter sido feito, porém, para atenuar os estragos de um final de jogo lamentável, e desse modo será sempre demasiado amargo o fim da relação do perigoso Cardozo com o clube da Luz.
O que é pena!»

- João Bonzinho, jornal A Bola, 21 de Junho de 2013

José Manuel Delgado apelida arbitragem de "apito de lixo"


O jornal A BOLA publicou há dois dias uma investigação de Carlos Rias que pôs a nu alguns casos da arbitragem verdadeiramente preocupantes. Árbltros penalizados por dirigirem mais jogos; um assistente de primeira linha que foi relegado aos distritais; impugnação das classificações por parte de quinze árbitros; e, last but not least, um critério de atribuição de grau de dificuldade aos jogos que merece alguma atenção.

Vítor Pereira, em entrevista à SportTV, reconheceu insuficiências e prometeu retificá-las, admitindo, até, acabar com as diferenciação entre jogos, para fins de classificação, já na próxima época.

Porém, há uma situação que não pode ficar sem ser esmiuçada até às últimas consequências e não sei mesmo se não mereceria, inclusivamente, uma leitura mais atenta por parte do Ministério Público. Estou a falar da atribuição de grau de dificuldade mínimo aos jogos entre Marítimo e Benfica, na 27.ª jornada e Paços de Ferreira-FC Porto na derradeira ronda da Liga Zon-Sagres.

É imperioso que os dirigentes da Arbitragem, nomeadamente Vítor Pereira, revelem quem foi o responsável por essa qualificação. É necessário que se saiba quem entendeu que o Marítimo-Benfica (com tudo o que representava na corrida pelo título...) era um jogo fácil. É preciso que fiquemos a conhecer quem resolveu que o Paços de Ferrelra, terceiro classificado e o FC Porto, que seguia em primeiro, era um jogo de trazer por casa quando o que estava em causa era a atribuição do título nacional.

Encontro várias explicações para o facto, mas nenhuma obedece a boas razões. 

Se, realmente (e eu acredito nisso!!!) Vítor Pereira quer crediblllzar a arbitragem, não pode varrer para baixo do tapete este apito de lixo.» 

- José Manuel Delgado, jornal A Bola, 21 de Junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Europeu sub-21: Rodrigo considerado o pior jogador de Espanha


Entre os espanhóis utilizados regularmente, ninguém ficou abaixo do avançado do Benfica.

Terminado o Europeu sub-21, conquistado pela Espanha, o portal 'whoscored.com' fez uma análise estatística a todos os jogadores que participaram no torneio em Israel.

Foram levados em conta vários fatores: o número de jogos realizados, golos, assistências, disciplina, remates por jogo, percentagem de passes completos, duelos aéreos conquistados e o número de vezes em que cada atleta foi eleito o melhor do jogo. Depois há uma média final.

Sem surpresas Thiago Alcântara foi considerado o melhor do torneio, com uma nota final de 8.36 (a avaliação é de zero a 10). Seguiram-se o também espanhol Isco e o guarda-redes russo Aleksandr Filtsov.

Rodrigo no 103.º lugar - A campeã Espanha domina entre os melhores da lista, com cinco jogadores entre o top-10. Mas há um jogador espanhol que mereceu uma avaliação pouco positiva.

Rodrigo, avançado do Benfica, ficou com a nota 6.43 e ocupou apenas o 103.º lugar. Entre os jogadores habitualmente utilizados na seleção espanhola, Rodrigo foi mesmo o que mereceu a nota mais baixa.

Atrás do avançado, na seleção espanhola, ficaram apenas Ignacio Camacho (um jogo como titular, outro como suplente utilizado) e Sergio Canales (um jogo como suplente utilizado).

Rodrigo só falhou um dos cinco encontros que a Espanha realizou e foi titular em três deles. Rematou 14 vezes e marcou um golo ao longo do torneio.

-Noticia retirada do site Relvado

Leonor Pinhão compara Steven Vitória a Fernando Aguiar


O Benfica prepara o seu futuro próximo em silêncio, o que é sempre uma boa notícia. Refiro-me ao futuro próximo do futebol, naturalmente. 

Têm sido apresentados alguns reforços sem grande alarido, o que também se saúda.

Já nos chegaram uns quantos sérvios a conta-gotas e chegou também um português, Steven Vitória, vindo do Estoril. Os registos dizem que Steven Vitória teve papel predominante na excelente temporada dos canarinhos, tão excelente a temporada que até os levou à Europa.

Tal como Fernando Aguiar, trata-se de um luso-canadiano nascido e crescido em Toronto, e tal como Fernando Aguiar impressiona pelas medidas americanas. 

Esta divagação luso-canadiana, no entanto, acabou por me fazer sofrer. Recordar Fernando Aguiar, o nosso 'Robocop', é, inevitavelmente, imaginar o jeito que o Fernando Aguiar dos seus bons velhos tempos nos teria dado nas últimas três semanas da última época.

Digam lá se com um Fernando Aguiar em campo alguma vez o Kelvin tinha segurado aquela bola?

Concluindo: que seja muito feliz, Steven Vitória. Até do seu nome gosto.

-Leonor Pinhão, jornal A Bola, 20 de Junho 2013

Bagão Félix: SLB , Sérvia e saídas


Garantida a continuidade de Jorge Jesus (o que, tudo ponderado, é uma decisão respeitável), conhecido o director que é da casa, tem formação e é benfiquista de verdade, o Benfica prepara a nova época.

Começou bem, ou seja cedo. A legião sérvia (mesmo com irmandades) pode ser um excelente investimento desportivo e financeiro. As saídas anunciadas são óbvias, pela idade ou pela ineficácia.

O mistério - recorrente - é a dificuldade em recrutar a tempo e horas defesas-laterais. Há jogadores com futuro, formados no clube, como João Cancelo. Mas, desde há muito, não há um defesa-esquerdo não adaptado. E na direita, Maxi Pereira precisa de alternante de raiz. Tal como Artur e Matic. Se possível, portugueses, como o polivalente e renegado Ruben Amorim. 

O meu receio é - já o escrevi ontem - o 31 de Agosto. Assusta-me que Matic possa voar nesse dia, ele que foi o melhor jogador da época. Se a saída de Gáitan pode ser colmatada, se Cardozo lá terá que sair, se Garay tiver que ser substituído ainda que com elevado risco, Matic é nuclear. 

Percebo a instabilidade de plantéis, hoje necessária para a saúde financeira, mas será que não é possível aguentar para além de uma temporada jogadores fundamentais para o sucesso desportivo, recomeçando sempre tudo? 

Foi assim com Ramires, Coentrão, Witsel e até David Luiz e Di Maria quando emergiram. Tenho de reconhecer que o Porto, obrigado ao mesmo, sempre aguenta mais tempo os melhores (...).» 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 20 de Junho de 2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sport TV multada em 3,7 milhões de euros


Em comunicado a Sport TV contestou esta quarta-feira a decisão da Autoridade da Concorrência (AdC), que notificou o canal da aplicação de uma multa de 3,7 milhões de euros, na sequência de uma queixa apresentada pela Cabovisão, em 2009.

Em causa estava a remuneração mínima cobrada aos operadores pela Sport TV desde a sua fundação até ao ano de 2011 em função da taxa de penetração dos operadores de televisão. Uma situação que, segundo a interpretação da AdC, terá penalizado os operadores.

Comunicado

(…)

Ora, tendo dado pleno cumprimento às obrigações de monitorização de todos os contratos celebrados com os operadores de televisão por subscrição e tendo explicado todas as componentes do seu modelo de remuneração, logo em 2005, a Sport TV, como qualquer administrado, confiou, de boa fé, na diligência e zelo da AdC no exercício dos seus poderes de supervisão e fiscalização e, muito em particular, no acompanhamento dos compromissos que a AdC havia imposto em 2004.

Foi, pois, com total surpresa que a Sport TV foi, hoje, confrontada pela mesma Autoridade da Concorrência (AdC) que a acompanha desde 2004 e que conhece profundamente toda a sua atividade e modelo remuneratório associado com acusações graves de práticas restritivas da concorrência.

Concretizando, a SPORT TV PORTUGAL, S.A. foi notificada pela Autoridade da Concorrência (AdC) da decisão final de condenação numa multa, em processo de contra- ordenação no montante de € 3.730.000, instaurado pela AdC em 8 de julho de 2010, na sequência de uma denúncia apresentada pela da Cabovisão – Televisão por Cabo, S.A. quase um ano antes, em 30 de julho de 2009.

A SPORT TV lamenta e contesta a decisão da AdC, que além de tardia – a denúncia tem quase quatro anos e o primeiro contacto da Sport TV com o processo só aconteceu em fevereiro de 2011 – e desproporcionada, é manifestamente injusta e infundada.

A Sport TV deu instruções aos seus advogados para impugnar judicialmente a decisão da AdC, recurso que terá efeito suspensivo sobre a condenação e será apresentado no Tribunal da Concorrência, no prazo legal.

A condenação prende-se com o sistema remuneratório da empresa que vigorou entre 1 de janeiro de 2005 e 31 de março de 2011, nomeadamente contemplando uma remuneração mínima em função da taxa de penetração dos operadores de televisão por subscrição, o que, segundo a AdC, terá penalizado os operadores.

Ou seja, a AdC ao punir hoje a Sport TV está a sancionar uma prática comercial que validou de forma ininterrupta durante mais de 10 anos.

A Sport TV dispõe de estudos económicos elaborados por especialistas internacionais de reconhecido mérito na temática da concorrência que já refutaram estas acusações da AdC em face do circunstancialismo concreto da atividade exercida pela Sport TV, sendo certo que, ademais, as alterações de mercado já haviam ditado o abandono deste sistema remuneratório.

A Sport TV confia plenamente no sistema de Justiça próprio do Estado de Direito e irá acionar todos os meios legais disponíveis para a defesa da sua honra e dos seus direitos. A Sport TV equaciona ainda a responsabilização da AdC por uma conduta que considera desconforme com os mínimos da boa fé e diligência exigíveis a uma Autoridade Administrativa com uma intervenção tão intensa, regular e permanente na esfera da sua atividade empresarial.


-Noticia retirada do site do jornal Record

Polémica: Treinadores sem cursos completos abundam na 1ª Liga



O presidente da ANTF diz que deverão existir "oito casos" de técnicos que frequentam o nível IV sem terem feito o nível III. Marco Silva e Pedro Emanuel estão nessa lista

Fazemos nossas as palavras de Nicolau Vaqueiro: rebentou a bomba na formação dos treinadores de futebol. O i sabe que vários técnicos, entre eles Marco Silva (Estoril) e Pedro Emanuel (Arouca), estão a frequentar o curso UEFA Professional - equivalente ao IV nível - sem terem efectuado o curso de nível III. "É a primeira vez que tenho conhecimento de casos assim. Já nos chegaram algumas queixas", diz ao i José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), admitindo ter-lhe sido confidenciado que existiam "oito treinadores" nessa situação dúbia.

O i pediu à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), responsável pelos cursos, a lista dos alunos do curso de nível IV que se iniciou no dia 16 deste mês, mas não recebeu essa informação - ao contrário do que é habitual, pois a FPF costuma divulgar no seu site os alunos seleccionados para os cursos de nível III e IV. Fonte próxima do processo confidenciou ao i que persistem ainda dúvidas em relação à legalidade dos casos, motivo pelo qual a FPF não tornou pública a lista.

Nicolau Vaqueiro, treinador e candidato derrotado nas recentes eleições para a direcção da ANTF, fala de uma situação "incoerente e ilegal" com "cobertura do Estado e da FPF". Em entrevista recente à "RR", Nicolau Vaqueiro tinha avisado para irregularidades nos cursos de treinadores: "Está para rebentar uma bomba que tem a ver com a formação. Se isso acontecer, passamos a ser uma república das bananas." Era precisamente a abertura deste precedente que preocupava o técnico. "Não tem lógica, os cursos existem para ser feitos. Como é que um treinador que só tem o nível II salta directamente para o IV, sem fazer o III?". Para Nicolau, a culpa não é dos treinadores que se vêem nesta situação, até porque os cursos de nível III estão parados há três anos. Mas coloca-se ao lado de quem se queixou à ANTF: "São cursos onerosos. Seguindo um critério uniforme, terão de ser ressarcidos." O curso UEFA Advanced, equivalente ao nível III, custa 3000 euros, menos mil que o UEFA Pro.

Na temporada 2012/13, cinco treinadores da Liga não possuíam o curso de nível IV: Marco Silva (Estoril), Nuno Espírito Santo (Rio Ave), Paulo Fonseca (P. Ferreira, contratado pelo FC Porto), Pedro Emanuel (Académica, agora ao serviço do Arouca) e Sérgio Conceição (começou no Olhanense, terminou na Académica). Esta não é uma situação nova; já em 2005 Paulo Bento chegou a treinador principal do Sporting e só depois frequentou os níveis III e IV da formação. Costinha orientou no final da época o Beira-Mar numa situação semelhante. No entanto, o que suscita agora dúvidas é a possibilidade de um treinador saltar um nível.

José Pereira diz que a lei pode permitir excepções através da equivalência de habilitações com um RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências) - na prática um 'queimar de etapas' com equivalências, muito frequente na política. Mas nem mesmo José Manuel Meirim, o maior especialista português nesta área do Direito desportivo, consegue ter certezas. Contactado pelo i, o advogado disse que só estudando a fundo a Lei 40/2012 poderia chegar a alguma conclusão, mas salientou a confusão que se foi gerando pelo facto de os cursos (nível I ao III) terem estado parados durante tanto tempo e as bases legais terem sido alteradas.

O i pediu também à FPF a lista dos técnicos que estão a fazer o nível IV sem terem passado pelo III, mas mais uma vez não obteve qualquer resposta até ao fecho desta edição.


-Noticia retirada do site do jornal i

Gaffe monumental na capa do jornal Record




-Capa do Jornal Record de 19 de Junho de 2013


Ficamos todos a saber que Junho tem 31 dias... Record no seu melhor!!

José António Saraiva sobre trabalho de Jesus: "Sem saúde financeira, os títulos não valem nada"



Um destes dias, num restaurante, ouvi a seguinte frase: “O Jesus fica no Benfica porque enche os bolsos ao Vieira.” A frase foi dita em tom crítico. E a minha pergunta é: “Mas será isso negativo? Será mau um clube ter boas receitas e saúde financeira?”

Os sócios dos clubes só veem em geral uma coisa: os títulos. Ora, os títulos não são tudo. Nos tempos que correm, há duas coisas essenciais: estar bem financeiramente e praticar futebol de qualidade.

Sem saúde financeira, os títulos não valem nada. É sobre ela que se constrói hoje a grandeza de um clube. Sem ela pode ganhar-se um título por acaso, mas não se consolida um projeto de crescimento. Veja-se o Boavista, que pouco tempo depois de ser campeão desceu de divisão.

A qualidade de jogo também é importante, porque cada vez mais o futebol é um espetáculo televisivo. Os jogos são transmitidos para todo o Mundo e rendem milhões. Ora, um futebol eficaz, capaz de ganhar desafios por 1-0 mas incapaz de produzir espetáculo, não é hoje bem aceite. Boa parte do prestígio que o Benfica alcançou na Europa este ano foi exatamente por praticar um futebol vistoso.

Aliás, por que razão Jesus ficou e Vítor Pereira saiu? Porque o primeiro mostrou capacidade para valorizar muito os jogadores, “enchendo os cofres” ao clube, e praticar bom futebol. E o segundo, embora sendo campeão, não mostrou capacidade nos outros dois aspetos: o FC Porto não praticou futebol de qualidade nem os jogadores se valorizaram muito. Mantiveram o valor que tinham. E não apareceram novas estrelas, ao contrário do que sucedeu no Benfica com Matic ou Enzo Pérez.


-José António Saraiva, jornal Record