sexta-feira, 31 de maio de 2013

José Marinho aplaude decisão de Vieira em manter Jorge Jesus



Em principio serão mais dois e não três. Dois anos em que Jesus tentará o milagre da multiplicação dos títulos. 


Boa decisão de Vieira, ponderada, reflectida e sobretudo tomada fora do ambiente de ruído e contestação. Não agiu a quente, deixou baixar a temperatura social à volta do treinador e decidiu bem. 

Nos benfiquistas compreendo a desilusão mas não tolero a ignorância. O que foi feito nos últimos quatros terá repercussão no futuro. O Benfica nunca esteve tão perto de voltar a ganhar de forma continuada e Jesus é o principal responsável por essa mudança. 

Também o presidente do Benfica aprendeu algumas lições e está mais perto do que se exige de um presidente do clube. A decisão de manter o treinador contra a turba benfiquista que reclamava a cabeça do treinador é sintomático de que Vieira está, finalmente, a comportar-se como um presidente...à Benfica. 

Ainda com arestas, ainda permitindo que alguns trauliteiros envergonhem a história e a tradição secular do maior clube português, mas aprendendo a mover-se entre os intervalos de tempo e de modo que conduzem ao sucesso.

Não tenho dúvidas, ao contrário da esmagadora maioria dos benfiquistas, de que o Jesus é o melhor treinador para o Benfica e sobretudo para completar o inestimável serviço de recuperação do clube que tem prestado nas últimas quatro épocas. 

Há quem olhe, de forma pressurosa, para Jesus como um perdedor. Isso não me diz nada, é um rótulo a que as pessoas se habituaram quando não têm nada mais inteligente para acrescentar. 

O que sei é que o Benfica nunca esteve tão perto de voltar a ganhar e de forma retumbante, como esteve esta temporada. A memória das pessoas não pode ser assim tão fraca. A desilusão de não ganhar nada só é comparável com o orgulho exúbere dos benfiquistas de chegar a Maio com a possibilidade de ganhar tudo. O resto é conversa fiada e felizmente que Vieira tomou a decisão escutando-se a si próprio e deixando cair os lamentáveis sussurros dos seus pares que pretendiam, mais uma vez, esconder as suas limitações nas costas largas de mais um treinador.

-José Marinho, Facebook

António Tadeia: Problema do Benfica não é o treinador


A questão que neste momento divide os benfiquistas e até os administradores da SAD tem um nome e é o nome de Jorge Jesus. Deve Jesus continuar à frente da equipa? 

Há quem diga que sim, porque não se arranja melhor - e para o provar, fala-se dos resultados que fez a equipa de futebol antes de ele chegar. E há quem diga que não, porque o treinador tem defeitos, sendo os mais flagrantes a gestão de expectativas, que o leva a euforias desmedidas e a perder competições que toda a gente dava como ganhas, ou a liderança feita de muita exigência e pouco reconhecimento, que ficou bem à vista no caso-Cardozo. 

Os dois lados têm razão. Basta olhar para o que fizeram José António Camacho, Ronald Koeman, Quique Flores ou Fernando Santos, tanto ao nível dos resultados desportivos como da valorização de jogadores, que depois se reflete nos relatórios e contas da SAD, para ver claro como água que não é fácil encontrar melhor. 

Mas, tendo em conta que estamos em Portugal e não em Inglaterra, onde a paciência é infinitamente maior, convém perceber que quem perde dois campeonatos seguidos da forma como o Benfica perdeu nestes dois anos, quem perde as três "finais" desta época, dificilmente tem margem de manobra para renovar contrato, sob o risco de um par de maus resultados vir a obrigar o clube a despedi-lo no início da próxima temporada e com muito mais custos. 

Aqui chegados, é preciso dizer com clareza que o problema do Benfica não é o treinador. O treinador não tirou as ilações que devia de alguns erros que cometeu, mas também não teve na estrutura quem o impedisse de os repetir ou lhos tapasse. 

O problema do Benfica é que o presidente já disse taxativamente que o treinador ia continuar. E querendo ele continuar, não vejo como pode Luís Filipe Vieira recusar-lhe agora a renovação e continuar impávido e sereno o projeto sem o homem que afirmou ser o seu treinador.

-António Tadeia, Diário de Noticias

Vítor Serpa: Porque Vieira decidiu ouvir os seus parceiros da SAD?



Jorge Jesus aguarda com otimismo o veredito final de Vieira. Tudo indica, apesar de todo este cenário ser demasiado volátil, que se cumpra a vontade do presidente do Benfica em renovar com o seu já antes prometido treinador. 


Se for assim, Vieira prova o seu poder e autoridade, contrariando a maioria dos seus pares na SAD e deixa num ar a interrogação: porque decidiu, então, ouvir os seus parceiros? Apenas para os poder desautorizar? Para lhes lembrar quem verdadeiramente manda? Para apanhar alguém em falso?

São insondáveis os mistérios desta complexa e estranha negociação à distância e, ao que parece, com pouco ou nenhuma pressa. Tal como serão insondáveis os mistérios da negociação de Pinto da Costa com Vítor Pereira.

A informação oficial de que o FC Porto está serenamente à espera de que Vítor Pereira se decida, depois de ter pedido mais tempo para pensar, é tão inverosímil quanto inexplicável. Só falta dizer que Pinto da Costa ficou a roer as unhas de nervoso com medo de que Vítor Pereira lhe diga que, afinal, não quer ser o treinador do FC Porto, porque, entretanto, encontrou mais desvantagens do que vantagens, para seguirmos a linha do suposto desafio lançado naquele almoço de Espinho.

É, entretanto, curioso que o Sporting, em matéria de decisão do treinador, se tenha despachado sem ter tido necessidade de recorrer a esta valsa rodopiante a que tão apaixonadamente se entregaram Benfica e FC Porto. 

A verdade é que o suspense se mantém e que, ainda hoje, se assistirá a cenas de novos capítulos.» 

- Vítor Serpa, jornal A Bola, 30 de Maio de 2013

Leonor Pinhão não vai em cantigas: "É preciso acabar com a pieguice no Benfica"



Toda a arte nasce do sofrimento, ensinaram-me os melhores professores. O Benfica é uma obra de arte. E como acontece a qualquer obra de arte, também no Benfica há uma injustiça que o percorre.


Foi isto o melhor que consegui, confesso, e só 25 horas passadas sobre o desfecho da final da Taça de Portugal. Não deu para mais.
Ainda tentei de outro modo, enfim, mais genérico:
O Benfica é como a vida. A vida, por vezes...
Mas logo desisti. Só ia piorar enveredando por um caminho retórico minado de alçapões.

Muito sozinho se deve ter sentido Luís Filipe Vieira na tribuna do Jamor quando tudo acabou. Gabo-lhe, no entanto, o 'fair play'. Deve ter sido o único elemento da comitiva oficial benfiquista que não debandou antes do adversário erguer a taça.

A solidão de um presidente no momento da desgraça nem sequer é uma originalidade. Mas esta não-originalidade era perfeitamente escusada. Vieira tinha 6 milhões de almas com quem desabafar. E que o queriam ouvir. Precisavam de o ouvir, na verdade.

Quarta-feira, 16h27. À hora em que escrevo, a decisão sobre a continuidade de Jorge Jesus no Benfica prossegue por todo país e em todas as cátedras. 

Já lá vão três dias depois da final da Taça. Diz-nos a imprensa que Jesus quer ficar e que Vieira hesita.

Se a hesitação de Vieira é temer que Jesus vá para o Porto senão ficar no Benfica, então deixá-lo ir. Porquê? 

Porque, assim sendo, torna-se fraquíssima e quase infame a base de sustentação do próximo contrato. E nem Jesus nem Vieira merecem uma anormalidade destas. Nem nós...

A temporada do Benfica acabou como começou, mal.

Começou mal em Dusseldorf com Luisão à peitada num árbitro perante a boa disposição geral da comitiva e acabou no Jamor com Cardozo a crescer de dedo apontado para Jorge Jesus perante a má disposição geral. 

No fundo, foi apenas isso que mudou, a disposição.

Porque de resto, quer no principio quer no fim da época, o mesmo básico esteve sempre lá. Ou, provavelmente, nunca lá esteve. 

Porque o básico, sendo o patamar mais fácil de atingir por qualquer organização, não existiu em Dusseldorf por cobro à galhofa nem existiu no Jamor para, por exemplo, conduzir a equipa ao comportamento devido no momento da sagração dos adversários vencedores.

Os mais piegas dizem-me que enfermo de masoquismo. E que a equipa, pelo que jogou o ano todo, não merecia ser sujeita a uma derradeira provação. 

Não concordo. Na minha opinião, é preciso acabar com a pieguice no Benfica.

-Leonor Pinhão, jornal A Bola, 30 de Maio 2013

Bruno Carvalho defende continuidade de Jesus e Cardozo



Bruno Carvalho, candidato vencido nas eleições do Benfica de 2009, não entende o impasse na renovação de Jorge Jesus, mas está de acordo com continuidade do treinador na Luz. 

Numa entrevista a Bola Branca, Bruno Carvalho diz recear que, tanta indecisão, possa redundar num despedimento, assim que surja a primeira dificuldade na próxima época. O ex-candidato considera que as hesitações na renovação fragilizaram presidente e treinador: "A demora expôs alguma desorganização interna no Benfica. Se os resultados não eram determinantes, não se compreende esta demora. Agora, espero é que se tenha aprendido com o passado e não se despeça o treinador à primeira dificuldade, como aconteceu com Fernando Santos" sublinha.

Bruno Carvalho defende que Jesus tem reunidas as condições necessárias para prosseguir o trabalho na liderança da equipa técnica apesar das expressões após as derrotas no Dragão e no Jamor: "Também já vi o Mourinho de joelhos; são sinais emocionais que não são bons, mas o Benfica fez uma época que o aproximou do topo da Europa. Gostava que o Benfica pudesse ter a estrutura de que Jorge Jesus precisa para poder ganhar, porque de futebol percebe ele, disso não tenho dúvida nenhuma", considera o ex-candidato à presidência do Benfica.

Já sobre a possibilidade de Óscar Cardozo ser forçado a sair depois do episódio com o treinador na final da Taça de Portugal, Bruno Carvalho é frontalmente contra: " Acho que o Cardozo devia ficar. Jorge Jesus e o presidente são pessoas adultas e acho que conversando não seria nada incompatível o Cardozo continuar. Os nossos adversários gostavam muito que ele saisse, mas acho que isso é péssimo para o Benfica" conclui Bruno Carvalho.


-Noticia retirada do site da Rádio Renascença

Bagão Félix sem contemplações: "É necessária uma 'chicotada ecológica' nos quadros do clube"


Uma época tremendamente bipolar, a do Benfica. Num ápice, da perfeição à tormenta, da genialidade ao erro infantil, do jogador notável ao flop surpreendente, da quase vitória à vitória do quase, da euforia excessiva à depressão corrosiva (recordo o semblante esvaído e sofrido de J. Jesus ou as lágrimas convulsivas e traumáticas de crianças iguais às que adultos tiveram que conter).

Agora que a época terminou, é preciso reflectir sobre o futuro. Solidamente.
Para tal, é necessária uma 'chicotada ecológica' nos quadros do clube e seus satélites. Ficaria a folha salarial mais limpa e o Benfica mais fortalecido. 

Infelizmente, até há muito por onde escolher: os que têm um claro défice de competências humanas e profissionais, alguns até devotadamente não benfiquistas; os que recebem alvíssaras não justificadas (e que os sócios pagam em parte) por trabalho nulo ou mesmo contraproducente; os que se 'eternizam' bajulando o presidente para manterem o seu 'status' mesmo que de mero amanuense; ou os falsos benfiquistas de última hora, calculando mais os contos que recebem do que a perda dos pontos que não os faz sofrer.

Prefiro o silêndo penetrante ao linguajar inconsequente. Prefiro uma inteligente depuração do que uma não inteligente acomodação. Prefiro a sensatez do risco ao risco da esperteza. O futuro não se consolida com fogachos, conferências de imprensa inusitadas e certa sobranceria. 

O presidente deveria escutar mais quem, com todo o benfiquismo, é solidário na diferença e não quem, com todo o disfarce, percorre a estrada do seguidismo interesseiro.

Basta de focos de mercenarismo no clube. O Benfica a quem o ama!» 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 30 de Maio de 2013

Marco Silva elege onze ideal do campeonato com 5 Benfiquistas



Entrevistado pelo Maisfutebol, Marco Silva aceitou o desafio para eleger algumas das figuras da época. Sem querer incluir jogadores do Estoril nas opções, por uma razão lógica, o técnico escolheu o benfiquista Nemanja Matic como jogador do ano na Liga.

«Eu escolheria todos os jogadores do Estoril. Puxando a brasa à minha sardinha, digo que foram fantásticos. Agradeço o trabalho e a ambição que tiveram ao longo da época. Mas para referir algum jogador de uma equipa adversária, referia o Matic», afirmou.

Desafiado a escolher o treinador do ano, Marco Silva não quis escolher um nome, mas lembrou os três colegas de profissão que conquistaram troféus internos: «O Vítor Pereira foi campeão, o Rui Vitória venceu a Taça de Portugal e o José Peseiro venceu a Taça da Liga. Para ser justo falo destes três, mas temos excelentes treinadores,. A competição foi muito disputada até ao fim, e isso foi bom para o futebol português.»

Sempre optando por não incluir jogadores do Estoril, Marco Silva aceitou ainda o desafio para escolher o «onze» ideal do ano:


Hélton
Danilo
Mangala
Garay
Alex Sandro
Matic
João Moutinho
Salvio
Gáitan
Lima
Jackson Martinez

-Noticia retirada do site do Mais Futebol

Pedro Santos Guerreiro: Gaspar e Jesus



Não é propriamente novidade que Vítor Gaspar é adepto benfiquista, mas a confissão bem-humorada de ontem deu-lhe esse protagonismo. Usemo-lo para perguntar o que faria Gaspar a Jorge Jesus se fosse presidente do Benfica. A resposta é óbvia, não é?

A verdadeira confissão de ontem do ministro das Finanças não é do seu benfiquismo, é do sofrimento de um benfiquista. Ninguém gosta de confessar o seu desespero desportivo: é dar parte fraca e encher de gáudio os adeptos dos clubes rivais. Mas os benfiquistas não têm este ano como fazer de conta que não estão com a cara no chão. Quem tudo quis, tudo perdeu.

Quem tudo quis foi Jorge Jesus. O treinador pode, aliás, agradecer a paciência dos adeptos, que só à terceira o vaiaram. Mas as coisas são o que são e foram o que foram: um desastre ao cair do pano. Jesus trouxe muito dinheiro ao Benfica, pelas enchentes de estádios. Mas o seu desempenho não vale, nem de perto nem de longe, um salário anual de 4 milhões de euros. É no futebol que se pagam os salários mais altos de Portugal, começando pelos jogadores. Mas Jesus ganha mais do que qualquer presidente de empresa portuguesa. Ganha mais do que, juntos, ganham Zeinal Bava e António Mexia. Ganha num ano o que demoraria quase 40 anos a Vítor Gaspar ganhar.

Vítor Gaspar não deve achar muito mal o salário de Jesus, pois metade dos 4 milhões vai para as Finanças, como impostos. Mas se fosse presidente do Benfica, Gaspar compararia investimento com retorno e veria que tinha feito mau negócio. E Jesus ia para o olho da rua.

Ou para o olho do Dragão. É isso que pode segurar Jorge Jesus: o medo benfiquista de que ele rume ao Porto – e seja campeão no próximo ano! Nem Vítor Gaspar aguentaria uma dessas. Algures, Pinto da Costa deve estar a rir às gargalhadas.


-Pedro Santos Guerreiro, jornal Record

Carlos Daniel: O melhor é a saída de Jorge Jesus



Os gestores interrogam-se: "Quando é necessário mudar?", e respondem: "Antes que seja necessário." O timing de alterar um rumo é sempre difícil de definir, em particular se mexe com emoções, o que é permanente no futebol. É esse o dilema dos principais dirigentes do futebol português nos últimos tempos, de todos eles: estará na hora de mudar?

Bruno de Carvalho, o mais inexperiente, mas também o que tem mais para fazer, foi o primeiro a mudar. Não quis, recém-entrado, entregar a "chave na mão" de Jesualdo Ferreira. Num clube que tem mais problemas - apesar de tudo- à volta da equipa que na própria equipa, optou por não delegar todo o poder no homem que não aceitava mandar numa só parte. Caiu Jesualdo. Se a opção vai funcionar ou não - mesmo com ambição limitada - dependerá sempre da qualidade do plantel à disposição do competente Leonardo Jardim.

António Salvador decidiu mudar, como se subentendia há meses e se tornou evidente com as decisões produzidas aquando do último jogo da Liga. José Peseiro tem feito questão de lhe lembrar - e bem - que mudar, quando se tem um contrato, rima com indemnizar. O sucesso da decisão dependerá muito da competência do sucessor, que terá no mínimo de ser idêntica à do homem que parte. E não é fácil.

Pinto da Costa também duvida quanto à melhor opção, por muito que tudo nele pareça estratégico. Com o campeonato quase perdido, buscou sucessor para Vítor Pereira e tinha uma mão cheia para escolher. De repente, o que tinha em mãos era um treinador bicampeão. Será fácil encontrar quem faça melhor que Vítor Pereira e pelo mesmo preço? A prudência, neste caso, recomenda continuidade mas para o presidente do FC Porto a estabilidade nunca foi um fim, antes um meio de chegar aos títulos. Enquanto adia a decisão, e no meio de elogios ao treinador rival, faz alguns benfiquistas temerem a enésima repetição de um filme antigo: ver ganhar no Dragão quem não o consegue na Luz. Duvido que haja verdadeira intenção disso mas não deixará ser uma tentação ao seu estilo: pegar num Jesus de joelhos e levantá-lo do chão.

Quem verdadeiramente quis Jesus, e até ao fim, foi Luís Filipe Vieira, e por convicção - acredito - mais do que por medo de perder o técnico para o rival. O presidente do Benfica manteve até ao limite a intenção de renovar e só um final de época apocalíptico o faria reequacionar tudo. O problema é que tal aconteceu. E Vieira já não pode agora sequer depender da vontade de Jesus, que é a ele que compete decidir, mesmo se, por ter falado cedo de mais, se colocou agora entre a espada e a parede, ou seja, entre a palavra dada e o que agora parece evidente ser melhor, tanto para o clube como para o próprio treinador: a saída.


-Carlos Daniel, Diário de Noticias

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Jaime Antunes não percebe como Benfica anda atrás do Porto


Antigo candidato à presidência encarnada veio criticar a liderança de Luís Filipe Vieira e diz não compreender como o Benfica não ganha títulos. Quanto ao treinador, reconhece que há melhorias no futebol mas não chega, em declarações à Antena 1.

Candidato derrotado por Luís Filipe Vieira em 2003 na corrida à presidência do Benfica, Jaime Antunes é bastante crítico quanto ao trabalho que Vieira tem feito ao longo dos anos: «é urgente que o Benfica se assuma como um clube líder no futebol em Portugal. Andar a prometer isto e aquilo e continuar atrás do FC Porto... o Benfica tem de ganhar 2 ou 3 campeonatos seguidos e tem de criar estruturas para o conseguir. Há qualquer coisa aqui que não bate certo».

Quanto ao trabalho de Jesus, Jaime Antunes é mais benevolente, considerando que «o futebol do Benfica tem melhorado» nos últimos anos e que o técnico «fez um trabalho positivo nesse capítulo», mas tem a lacuna de falhar «nos momentos decisivos».

Como tal, o «tempo de Jesus no Benfica acabou», no entender do ex-candidato, porque «não vale a pena renovar, se ao primeiro desaire for para o despedir», tendo o Benfica que pagar a Jesus «uma pipa de massa».

A crítica maior é sempre feita à mesma pessoa, o presidente: «O presidente é sempre o responsável por tudo, mas no futebol as competências não se delegam. Ele tem que exercer a liderança, não há meio termo. Basta ver o que se passa em clubes que têm tido êxito».

-Noticia retirada do site Zero Zero

Ricardo Gomes surpreendido com modernas infra-estruturas do Benfica


Ricardo Gomes orgulhoso por a Benfica TV transmitir Brasileirão

Durante a visita de cortesia feita ao presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, o antigo atleta do Clube, Ricardo Gomes, aproveitou para visitar o Estádio da Luz e algumas infra-estruturas como o Centro de Conservação e Restauro e, em declarações à Benfica TV, mostrou-se impressionado.

“Fiquei muito surpreendido. Este é um sector importantíssimo para preservar a paixão do benfiquista. Fiquei emocionado ao ver, porque não esperava. Já conhecia o Estádio, mas tenho de dar os parabéns por este espaço”, elogiou.

Apesar da história e do palmarés desportivo do Benfica, o antigo internacional “canarinho” afirmou que a grandeza do Benfica passa despercebida ao povo brasileiro. “Os brasileiros não têm noção do que é o Clube. Para ser ter noção do que é o Benfica tem de se estar perto e conhecer. Eu que achava que conhecia e mesmo assim fiquei agradavelmente surpreendido com as actuais infra-estruturas do Benfica”, considerou.

Para além do Centro de Conservação e Restauro, o director desportivo do Vasco da Gama pôde conhecer o Centro de Documentação e Informação, onde fez uma observação curiosa: “Quanto mais se trabalhar para esta continuidade, mais se alimenta a paixão dos adeptos do Benfica.”

A visita não poderia terminar sem ficar a conhecer os estúdios e a redacção do Canal de televisão do Clube. “A Benfica TV é mais um sinal da evolução do Clube. Tive a oportunidade de conhecer e fiquei impressionado e orgulhoso por transmitir o Brasileirão em exclusivo para Portugal”, frisou. 

-Noticia retirada do site do Sport Lisboa e Benfica

Bagão Félix forte nas palavras: "Contra o Guimarães senti vergonha"


A vitória do Vitória de Rui Vitória foi honrada. Jogou com as limitações que lhe eram conhecidas e aproveitou, com sabedoria, os inadmissíveis erros de uma equipa experiente como o Benfica. Guimarães já merecia uma Taça e à sexta tentativa alcançou-a. Pena ser contra o meu clube.

Contra o Estoril senti revolta. Contra o Porto senti um pesadelo. Contra o Chelsea senti pena (e orgulho). Contra o Vitória de Guimarães senti vergonha.

Vergonha de um Benfica mole e dormente, com alguns jogadores (não todos) quase a fazerem um frete e um guarda-rfedes a justificar porque neste lugar se deve ter um concorrente à altura. Um só ordenado de alguns jogadores benfiquistas deve chegar e sobrar para os onze vitorianos que os venceram no Jamor.

Vergonha de um Benfica que - com todo o meu respeito pelo adversário- jogou contra uma quase equipa B e começa a defender um resultado de 1-0 a meia hora do fim, aspecto que o treinador reforçou ao tirar Cardozo e dando, consequentemente, ânimo psicológico ao adversário. 

Um Benfica que não tem mentalidade para defender escassas vantagens e que sempre que o tem feito soçobra. Um jogo pessimamente perdido, quando em condições normais, depois do primeiro golo deveria ir rapidamente à procura do segundo perante uma das mais macias equipas que poderia encontrar numa final.

O Benfica brilhou em muitos jogos. Mas nos decisivos claudicou. Dá que pensar. Aqui e acolá houve alguma sobranceria e a insustentável leveza da ilusão da(s) festa(s) antecipada(s). E não se pode queixar do incessante e incondicional apoio que teve até ao último dia da temporada.

Amanhâ voltarei ao assunto. Desconfortavelmente.» 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 29 de Maio de 2013

Luís Freitas Lobo: "Para Jesus, mais do que a forma de jogar, está em questão o balneário"


Um jogador empurrar o treinador e apontar-lhe o dedo não é grave só pelo ato em si, mas sim por tal poder refletir algo que já exista, escondido, no interior do balneário, e depois torne possível essa reação em público. 

Todos os balneários têm problemas, destes ou semelhantes (há frases mais ofensivas que um empurrão). Tudo, porém, costuma suceder em cenários privados. 

A tese do bom balneário é um mito. Num clube grande, com egos gigantescos em choque, isso não existe por natureza. É imperioso saber lidar com isso mantendo a autoridade. O que deve existir é um bom pacto de balneário. Os jogadores (egocêntricos) sentirem que precisam uns dos outros para atingir o seu objetivo individual que, consequentemente, terá 'transfer' colectivo, Cardozo empurrou Jesus em pleno relvado. 

É difícil encontrar condições para um jogador que faz isto a um treinador poder (e dever) permanecer no clube.

Para Jesus, mais do que a forma de jogar, está em questão o balneário. Até que ponto o pode voltar a agarrar num clube onde ele próprio devorou toda a estrutura e só o presidente vive acima dele. Essa é que é a questão. 

O problema do Benfica não é o treinador em si. É, antes, perceber que sem ter uma estrutura (poderes intermédios de futebol) que controle e filtre a personalidade (humanas e futebolistica) deste treinador, ele próprio acaba por ser o maior inimigo da sua competência. 

A chicotada tem de ser interna.

Falando só de futebol, entendo que em vantagem uma equipa queira mais segurar o resultado (pois sente-se na posse do objectivo) do que tentar aumentar a vantagem (correndo riscos), mas é preciso inteligência para o fazer sem que tal se traduza não num mero recuo e tentativa de especular com o jogo (perdendo referencias tácticas/mentais ofensivas) mas sim num mais racional posicionamento de coberturas e gestão do jogo (consistência táctico/mental defensiva). 

Muitas equipas perdem-se nessa transformação. Querem mudar estrategicamente e perdem a identidade nesse processo. Ficam em território tático estranho, os seus princípios preferenciais desvanecem-se e a partir dai até perder o jogo é um passo.

O Benfica sentiu isso sempre que procurou segurar um resultado com uma ideia mais controladora que passa essencialmente por tirar um ponta de lança e meter Gaitán no meio (no Dragão foi Enzo, pois entrara Roderick para trinco) desenhando um 4x2x3xl puro. 

Em vez de uma ideia de controlo, passa aos jogadores uma mensagem de recuo em campo. Foi nesse momento que o Vitória cresceu mentalmente num jogo em que parecia condenado pelas limitações das duas equipas em reanimar a parte final. 

Foi quando Rui Vitória, no banco, e Ricardo, no relvado, decidiram jogar a final para a... ganhar. 

É esta a ordem certa em todas as grandes decisões.

Esqueçam a mentira da outra mítica frase feita. Não é possível ganhar uma final sem saber jogá-la primeiro. A todos os níveis!» 

- Luis Freitas Lobo, jornal A Bola, 29 de Maio de 2013

José António Saraiva compara percursos de Jesus e Mourinho



A derrota de Mourinho na Taça do Rei fez-me duvidar da vitória de Jesus na Taça de Portugal. Porquê? Porque Jesus e Mourinho tiveram percursos parecidos no Real e no Benfica.

Mourinho ganhou um título contra o principal rival (o Barcelona), e Jesus também (contra o Porto). Mourinho perdeu 5-0 com o rival, e Jesus também. Mourinho fez bons resultados nas provas europeias mas não ganhou nenhuma, e Jesus também. Mourinho perdeu tudo este ano e tinha a Taça como prémio de consolação, e Jesus também. Mourinho era favorito mas perdeu a Taça do Rei por 2-1, e Jesus também.

Para finalizar, Mourinho e Jesus saem ao mesmo tempo. Percebo que seria difícil Jesus ficar. Este final de época foi demasiado doloroso. Se ficasse, mesmo que para o ano a equipa estivesse a fazer bons resultados, os adeptos diriam: “De que vale isso, se no fim perdemos tudo?”

Mas havia outro raciocínio possível: “Este ano só faltou um bocadinho para ganhar tudo. Vamos então corrigir o que esteve mal para conseguir esse bocadinho que faltou.”

O problema é que no futebol se age mais com o coração do que com a razão. E o Benfica arrisca-se a voltar ao passado recente em que os treinadores se queimavam, os jogadores se desvalorizavam e a equipa chegava ao Natal com o campeonato perdido.

Oxalá me engane, mas vai ser muito difícil encontrar nos próximos anos um treinador como Jesus. Depois de décadas de cinzentismo, ele entusiasmou as bancadas com um futebol vibrante, goleador e que só foi derrotado mesmo no fim. Mas também o Bayern o ano passado perdeu as provas todas e esta época foi campeão da Alemanha e da Europa. Mas os alemães sabem esperar e os portugueses não.


-José António Saraiva, jornal Record

Ribeiro Cristóvão: Reacção de Cardozo deveu-se à condição de suplente de Melgarejo


O Benfica vai deixar passar alguns dias sobre os condenáveis incidentes do Estádio Nacional para tomar decisões de ordem disciplinar que o bom senso recomenda. Mas não pode esperar muito tempo, sob pena de sair desprestigiado de um caso que, só por si, lançou sobre o Clube uma mancha impossível de disfarçar.

Óscar “Takuara” Cardozo jogou a sorte das varas, e o resultado não lhe foi favorável. Nas últimas horas não se ouviu uma só opinião que pudesse levar à desculpabilização do jogador paraguaio pelo acto que alguns apelidam de irreflectido mas que, ao contrário, pode ter sido maduramente sopesado.

À sua substituição juntou, no banco de suplentes, durante largos minutos, a revolta por ver a seu lado o compatriota Melgarejo, a quem o treinador poderá ter prometido a titularidade, mas que acabou por não passar de segunda escolha, e que não mereceu ser chamado a dar o seu contributo durante um minuto sequer.

Ser suplente numa equipa de futebol, é como na classificação de um campeonato, ser o detentor do segundo lugar, isto é, o primeiro dos últimos. E é imaginável, mesmo para aqueles que nunca militaram numa equipa, quão penoso deve ser passar por essa situação jogos e jogos a fio.

Se, por um lado, pode ser compreensível essa reacção emocional e patrioteira de Óscar Cardoso, já não é aceitável a forma como a materializou, sobretudo porque nem o facto de estar a fazer parte de um grupo derrotado e humilhado, pode justificar o acto condenável que o levou a interpelar da forma agressiva como o fez o seu treinador e superior hierárquico.

Logo aí ficou foi possível concluir que a estrada tinha chegado ao fim para um dos dois protagonistas da cena a que todo o país assistiu ou, levando o incidente até mais drásticas consequências, para ambos ao mesmo tempo.

O silêncio ruidoso da SAD encarnada, que já se prolonga por várias horas, está a abrir a porta a toda a especulação, e a fazer subir o tom das críticas que o acontecimento justifica.

Mesmo reconhecendo que os dirigentes estejam a passar por momentos difíceis, depois de terem visto desabar em poucos dias os sonhos de toda uma época, a sua actuação terá de ser rápida e eficaz para não beliscar o prestígio do clube, que levou décadas a cimentar.

-Ribeiro Cristóvão, Rádio Renascença

Fernando Guerra destrói Jorge Jesus


Depois do jogo com o Braga, na jornada de abertura da Liga, na Luz, escrevi que o prazo de validade de Jorge Jesus no Benfica há muito expirara. A administração benfiquista devia ter optado pela sua saída imediatamente a seguir ao Campeonato ganho em 2010, sugerindo-lhe uma daquelas propostas irrecusáveis no estrangeiro e aproveitando a embalagem para convidar outra pessoa com melhores argumentos para impulsionar e desenvolver o projeto desportivo entretanto gripado. Porquê?, questionará o leitor que fizer o favor de me ler:

1. Por ser um treinador que ao longo da sua carreira funcionou bem em terapias de choque, com primeiras épocas saudáveis e segundas dolorosas e por ser conhecido o relacionamento agitado com jogadores: se o toleram em cenários de crise, rejeitam-no em ambientes de estabilidade.

2. Por ser um treinador com um umbigo do tamanho do mundo, que fala do 'eu' para amplificar o som das vitórias e do 'eles' para disfarçar a culpa das derrotas. O final da Taça foi, apenas, o último exemplo ao servir-se da expressão «a nossa equipa pensou que o 1-0 chegava» como biombo para ocultar as trapalhadas de quem, afinal, é o responsável técnico por essa mesma equipa.

3. Por ser um treinador da velha escola do truque e da manha. Considera que o «ter olhinhos», como destacou em recente conferência, basta para o tornar 'bom treinador'. Ao nível do Estrela da Amadora, do Moreirense ou do Leiria, onde trabalhou, mas para ambicionar ser campeão precisa de saberes e conhecimentos que me parece dominar mal.

4. Por ser um treinador de navegação à vista da costa e lhe faltar dimensão para compreender a imponência do Benfica: entende que fez um época de sonho e que será maravilhoso repetir a proeza na próxima; ou seja, o Porto campeão e o Benfica... primeiro dos últimos.

5. Por ser um treinador que acaba de perder o seu último troféu e valoriza o facto de ter estado nas decisões, sem se dar conta que essa é a desculpa dos incapazes.

A propósito, em eloquente 'carta aberta a Rui Vitória' publicada em A BOLA a 6 de fevereiro, escreveu Manuel Sérgio que «no futebol, quem só sabe de táticas de futebol será sempre péssimo treinador de futebol» e acrescentou que «o trabalho de um treinador de futebol de alto rendimento transcende os aspetos técnicos e táticos». Sejamos claros, quem quiser ser treinador do Benfica e conquistar títulos não tem de saber tocar piano e falar francês, mas, no mínimo, deve ser polido nos princípios e coerente nas ideias e subordinar-se aos interesses da instituição.

Aqui chegados, como decidir? Depois de Filipe Vieira ter autorizado que nos últimos dois meses a continuidade ou não de Jesus merecesse honras de questão central em detrimento dos verdadeiros objetivos do clube, só por acaso se evitaria esta encruzilhada... Jesus criador de uma ciência e inventor do quinto andamento, coisa que ninguém sabe o que é... Enfim, uma festança tola que deu no que deu, um pouco à imagem do que se assistiu há três anos em que, depois do título de 2010, as mordomias se prolongaram pela temporada seguinte. Consequência? O Benfica acabou com 21 pontos de atraso do Porto e... nada aconteceu. Entrementes, Jesus periodicamente sussurra, ou alguém sussurra por ele, que se não lhe derem o que quer vai para o Porto. Verificou-se há três anos e com alguma cadência até hoje. Novela alimentada e animada, aliás, pelos regulares piropos de Pinto da Costa, os quais, embevecido, agradece.

Na final da Taça de Portugal, a humildade de Rui Vitória foi mais forte do que a fanfarrice de Jorge Jesus: o primeiro apresentou um bloco coeso, solidário e fortemente crente; o segundo, uma equipa saturada, insegura e fraturada. Que fazer, então? Vieira vai ter a última palavra, mas, ao fim de quatro anos de contrato, Jesus adquire a propriedade do pior registo da história do Benfica em termos de conquistas (campeonato e Taça de Portugal)...» 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 28 de Maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Vítor Serpa: "Jorge Jesus acaba de passar de bestial a besta"


Jorge Jesus acaba de passar de bestial a besta. Inversamente, Vítor Pereira passou de besta a bestial. É um clássico do futebol português e não há como fugir dele.

Fixemo-nos no caso de Jesus. O homem era um deus à entrada da reta da meta e a um deus tudo se perdoa, menos a derrota, porque, por definição, um deus não perde para os humanos.

A verdade é que Jesus perdeu. Não um jogo, não um campeonato, mas tudo. E perder tudo é demasiado, sobretudo quando se está muito perto de tudo ganhar.

Qual foi, então, a verdadeira razão pela qual Jesus tudo perdeu? - aí está, senhores, a pergunta a que ninguém verdadeiramente parece interessar responder, porque a derrota, em si mesma, é causa e efeito. O que interessa é que perdeu. Por culpa própria, como sugerem os seus críticos? Por falta de apoio de uma estrutura negligente, como sugerem os críticos do presidente? 

É, porém, mais difícil responder com razoabilidade a essa pergunta do que tomar a decisão de dizer obrigado e adeus.

O que se tornou factual foi que o Benfica terminou a época com jogadores em manifesta dificuldade física e anímica. Houve, porém, uma exceção, que foi afinal da Liga Europa, com o Chelsea. E a verdade é que essa exceção nos inquieta pela ausência total de uma lógica ou de uma explicação racional. 

Desde o jogo com o Sporting, para a Liga, que o Benfica teve jogadores a arrastar o seu penoso final de época, mas no jogo de Amesterdão estavam todos lúcidos e viçosos. Porquê? Porque Jesus não repetiu, na Europa, uma imagem de perturbação e de ansiedade? Porque os jogadores guardaram o que tinham para mostrar, numa montra da Europa? 

Seja como for, não espero que surjam respostas.» 

- Vítor Serpa, jornal A Bola, 27 de Maio de 2013

Joe Berardo não quer Jesus no Benfica


Empresário, Comendador e accionista da SAD encarnada defende que o tempo de Jorge Jesus no Benfica esgotou-se. E exige "sangue novo".

Joe Berardo é mais uma das vozes a juntar-se ao coro dos que pedem a saída de Jorge Jesus do Benfica. O empresário confessa que até gosta do treinador, mas gosta ainda mais dos técnicos que vencem.

Em declarações a Bola Branca, esta terça-feira, o Comendador, patrono das artes, começa por responder ao facto de as águias terem ficado perto de alcançar três títulos. Situação que não o convence.

"É o primeiro dos últimos (risos). Este é um problema relacionado com o nosso treinador, pois há pessoas que chegam ao fim e não conseguem (fazer melhor). O presidente é que decidirá mas, para mim, um bom treinador é aquele que ganha", atira o Comendador.

Desta forma, Berard, que é igualmente accionista da SAD encarnada apela a uma mudança técnica na Luz, sustentando a sua opinião com o trajecto de Jesus ao serviço dos encarnados.

"Gosto dele, mas se virmos o seu passado, há algo que empata. Temos de dar novo sangue para o futuro do Benfica", conclui. 

-Noticia retirada do site da Rádio Renascença

Octávio Ribeiro: Manutenção de Jorge Jesus é insuportável


Aquele penoso fim de jogo, com um jogador-chave a quase agredir fisicamente Jorge Jesus, verbalmente terá agredido, com os benfiquistas a passarem do amor ao ódio sobre o seu técnico e jogadores, foi um doloroso momento de final de ciclo. Três derrotas depois, o Benfica passou das portas do sonho ao pesadelo real.

Só Luís Filipe Vieira parece ainda não ver que a manutenção de Jorge Jesus é insuportável e dificulta até o planeamento desportivo e financeiro da próxima campanha.

É por estes dias que Vieira vai saber quem, nos corpos dirigentes do Benfica, lhe é de facto leal. Na corte da Luz deve andar um mar de sussurros e conspirações. Vieira está seguro, por agora. Mas tem de largar a sua principal teimosia – manter um técnico que só venceu a Liga na primeira das quatro épocas que já leva no clube.

Se a estrutura montada pelo atual presidente é forte, então qualquer técnico competente pode vencer onde Jesus perdeu, e perdeu, e perdeu. A uma braçada da praia.

O Benfica dificilmente perderia tanto se o seu técnico tivesse mantido a coragem e a coerência. Este último jogo continuará por muitos anos a ressoar na mente dos benfiquistas como uma dor inexplicável. Frente a um pobre Guimarães – Aimar, o jogador que Jesus lançou a quatro minutos do final, já com a derrota espetada, custa quase tanto como toda a equipa contrária –, o Benfica começou a encolher-se logo no início da segunda parte, e Cardozo saiu de campo ainda antes do minuto 70. Porquê? Para poupar o goleador para as férias? Melgarejo? Como explicar o ocaso deste canhoto na parte decisiva da época?

Este ano, Jesus bateu Peseiro no doloroso top das quase vitórias. O atual técnico do Benfica conseguiu estar ainda mais quase, quase, do que Peseiro nos seus tempos do Sporting. E, quase, o futebol não tolera.


-Octávio Ribeiro, jornal Record

Nuno Farinha critica falta de estrutura no Benfica


Um clube com a grandeza do Benfica não pode depender apenas das decisões de dois homens. Desde 2010 – quando Luís Filipe Vieira confessou em direto na SIC que se entendia com Jesus por “sinais de fumo” – que nada mais existe. A estrutura do Benfica são eles os dois e os telemóveis de alguns empresários de futebol. Nos últimos anos, para o bem e para o mal, foi assim que tudo aconteceu. O treinador ouve o presidente. O presidente ouve o treinador. E decidem.

Defendi aqui ontem que Jesus não tem condições para continuar na Luz. Deu ao Benfica tudo o que podia e sabia. E o que podia e sabia está à vista. Mas acredito, mesmo assim, que Vieira pode anunciar esta semana a renovação de JJ. E justificá-la em direto, ao vivo e a cores no horário nobre de uma estação de TV. A história, às vezes, tem direito a repetição.

O presidente das águias cometeu um erro grave neste processo: o timing em que decidiu comunicar a continuidade do técnico nunca podia ter sido aquele. Das duas, uma – se JJ é, de facto, o homem do projeto, a renovação teria de estar tratada três ou quatro meses antes do final da época. Não estando, então guardava silêncio sobre o assunto até ao último jogo da temporada. E agora, sim, decidia e anunciava. Nunca podia era ter garantido que Jesus continua quando ainda estava sob a emoção da vitória frente ao Fenerbahçe, que valeu a final da Liga Europa.

É evidente que Vieira está refém da sua promessa, que, aliás, reiterou após o jogo com o Chelsea. Jesus quer ficar? Sim, é o que parece. Vieira quer que Jesus fique? Sim, é o que parece. Há alguém no Benfica que possa fazer Vieira mudar de ideias? Parece que não.

A falta de uma estrutura ao nível da dimensão do clube é a razão do problema. Decide-se e pronto. Ninguém faz perguntas. E elas deviam ser feitas. Para que serviu, afinal, um consultor motivacional pago a peso de ouro? O que fez no Benfica o professor Manuel Sérgio? Quem acreditou que seria possível viver mais um ano sem lateral-esquerdo? Qual o papel de Carraça? E de Rui Costa?


-Nuno Farinha, jornal Record

Bruno Carvalho: "A única resposta corajosa do Benfica seria ir buscar o Vítor Pereira!"



O ritmo com que as coisas me chegam aos ouvidos é alucinante.

É pena, porque esta situação poderia ser evitada se tivesse havido uma boa gestão e se tivessem renovado com Jorge Jesus no tempo devido.

Sinceramente, não acredito que Jorge Jesus vá parar ao Porto.

Mas se for, e em vez de falarem do Roberto Mancini e afins, a única resposta corajosa do Benfica seria ir buscar o Vítor Pereira!

Afinal, neste momento, está Vítor Pereira 2 - Jorge Jesus 0.

Está toda a gente com medo que Jesus vá parar ao Porto, mas porque é não falam ao contrário?

Porque é que nós não temos a audácia de ir buscar um treinador ao Porto, bi-campeão e que em 2 anos só perdeu 1 jogo no campeonato?

Porque é que somos tão fracos e vivemos sempre com medo do Porto?

Porque é que não somos nós a meter-lhes medo?

Eu sei que não há, seguramente, coragem para isso!

Eu sei que a maioria dos Benfiquistas nem se atreve a pensar assim.

E no fundo haveria ainda mais uma vantagem: ficaríamos todos a saber quem ganha, se são os treinadores ou se é a estrutura.

Mas a essa questão todos sabemos a resposta, não é verdade?


-Bruno Carvalho, Facebook

João Paulo Ribeiro: Desilusão do Benfica deveu-se a alguma desconcentração


Em jeito de balanço, o radialista João Paulo Ribeiro esteve à conversa com o Futebol 365 e aceitou comentar o final de época difícil dos encarnados. Na sua opinião, a desilusão deveu-se a alguma desconcentração. No entanto, o trabalho de Jorge Jesus nos últimos quatro anos não deverá ser desvalorizado com discursos de memória curta.

«Desconcentração e relaxamento são coisas que acontecem a qualquer um. Parece-me que o Benfica facilitou em demasia em alguns momentos cruciais. Mas não está em causa o valor do treinador ou dos jogadores. Agora, se há ambiente para Jorge Jesus continuar, já é outra história...», sugeriu, receando que a ditadura dos resultados possa ser demasiado pesada para Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus, caso pretendam continuar de mãos dadas.

«Agora reina a tristeza e frustração. Mas a memória dos adeptos é muito curta e tudo depende dos resultados seguintes, ou seja no início da época. A trabalhar no futebol português, não há melhor treinador que o Jorge Jesus. No entanto, o ambiente não será o melhor e se as coisas correrem mal de início, vai tornar-se insuportável», previu o radialista da Rádio Renascença e narrador da Sport TV, que não considera a saída de algumas unidades-chave uma desculpa viável.

«Os clubes portugueses dependem financeiramente da venda de jogadores e torna-se inevitável que tal aconteça. Para mais quando são bons negócios como aconteceu com Axel Witsel e Javi Garcia. Não penso que tenha feito grande diferença», sustentou.

Quando confrontado com a possibilidade de Pinto da Costa desviar a rota de Jorge Jesus para o Estádio do Dragão, João Paulo Ribeiro não se quis alongar muito sobre o assunto, mas deixou algumas adendas. «Sim, se fosse presidente de um clube tentaria contratar Jorge Jesus. Só que não poderia pagar o mesmo que o Benfica. Tem valor para treinar qualquer um dos grandes clubes portugueses», garantiu.

Vítor Pereira é para sair, Leonardo Jardim precisa de espaço e apoio para ter sucesso

Sobre FC Porto e Sporting, João Paulo Ribeiro manteve a clareza de discurso. Vítor Pereira, apesar de competente, não deverá continuar no banco dos dragões; Leonardo Jardim precisa de muito apoio da estrutura leonina, caso contrário também figurará no cemitérios de treinadores, que passaram por Alvalade no passado recente.

«Vítor Pereira é um bom treinador e tem muito mérito no título conquistado pelo FC Porto, mas tenho a certeza que vai sair. Até para ele será bom sair, talvez para o estrangeiro, durante um tempo», aconselhou, deixando também algumas sugestões para o reino leonino.

«Nesta fase, qualquer treinador contratado pelo Sporting será uma aposta de risco. Há que dar estabilidade e tempo a Leonardo Jardim, senão acontece-lhe o mesmo que a Paulo Sérgio, Domingos Paciência, Carlos Carvalhal e Vercauteren», concluiu.

-Noticia retirada do site Futebol 365

segunda-feira, 27 de maio de 2013

José Manuel Delgado: 4 hipóteses sobre o futuro do Benfica


Como pode medir-se o sucesso de uma época? Pelo número de títulos? Pelo número de jogos ganhos? Pela fase atingida em cada competição? Todos estes critérios podem ser invocados, mas nenhum encerra, a meu ver, a resposta certa. 

A forma mais fiável de aferir se a época foi boa ou má não deve procurar -se numa base aritmética mas através de uma análise subjetiva. 

É fácil:
Se o çlube chegar mais forte à temporada seguinte;
se os adeptos tiverem vontade de comprar bilhetes de época;
se os sócios ansiarem pelo jogo de apresentação;
se a equipa olhar com ambição e sem complexos para o futuro;
se estiver formado um bloco multidisciplinar (jogadores, técnicos e dirigentes) sólido.
Se todos estes pressupostos estiverem reunidos, então a temporada foi um enorme sucesso.

Olhando concretamente, para a temporada do Benfica, a conclusão a que se chega é que aquilo que há pouco tempo parecia possível - uma evolução na continuidade - está agora mais longe. 

O Jamor não salvava a época do Benfica, é verdade, mas podia estragá-la. Como sucedeu. O orgulho encarnado pela forma como a turma de Jorge Jesus se bateu em Amesterdão, esse sentimento que levou solidariedade ao aeroporto e colocou mais de 50 mil nas bancadas da Luz no jogo com o Moreirense, foi rudemente abalado pela caricatura de equipa que perdeu ontem a Taça de Portugal. A ideia de coesão do balneário foi derrubada pela cena assassina entre Cardozo e Jesus.

Quer isto dizer que, se os benfiquistas mostravam poder suportar uma Liga Zon Sagres mal perdida (em nome de excelentes exibições e pouca sorte na partida do Dragão) e uma Liga Europa que devia ter vindo para Lisboa e foi· para Londres, já não se mostraram pelos ajustes com a indecente e má figura do Jamor.

E agora, o que deve fazer a SAD do Benfica, o que passará pela cabeça de Jorge Jesus?

Quatro hipóteses (acompanhadas de exemplos recentes com desfechos diversos) podem ser colocadas:

a) Jesus continua (segue-se a filosofia de há um ano do Bayern com Jupp Heynckes);
b) Jesus continua (segue-se a filosofia de há um ano do Sporting com Sá Pinto pós-Jamor);
c) Jesus continua (segue-se a filosofia do Sporting em 2005 com Peseiro na época leonina do quase);
d) Jesus sai (seguem-se os exemplos do Real Madrid com Mourinho e do City com Mancini na presente temporada).

Aquilo que os responsáveis do Benfica têm de definir é qual o patamar em que colocam a época 2012/13 da sua equipa principal de futebol. Foi um sucesso? Foi um fracasso? Deixou ou não sequelas inultrapassáveis? 

E, a partir daí, devem agir em conformidade. De forma célere. E sem hesitações...

- José Manuel Delgado, jornal A Bola, 27 de Maio de 2013

Luís Pedro Sousa: 4 razões para Jesus sair


-- As variadíssimas derrotas traumatizantes somadas ao longo dos últimos três anos.

-- Os problemas recorrentes com jogadores. Enzo Pérez e Cardozo foram os exemplos mais recentes, embora no caso com o paraguaio o treinador seja muito mais vítima do que culpado. De qualquer forma, não faltam exemplos de embirração. De Quim a Ruben Amorim. De Nuno Gomes a Nolito. De Urreta a Melgarejo.

-- A inabilidade para gerir fisicamente a equipa. Os jogadores invariavelmente “rebentam” no último terço da época.

-- O pouco conhecimento que tem do mercado. As melhores contratações não foram da sua responsabilidade.

Luís Pedro Sousa, Jornal Record, Linha direta de 27 de maio de 2013

José Veiga defende continuidade de Jesus e ataca Veira


O Benfica precisa de uma estrutura forte se quiser ver a sua equipa de futebol voltar a erguer troféus, analisou José Veiga, que não culpa Jorge Jesus pelo insucesso triplo, mas sim a estrutura do clube lisboeta.

"Apenas culpo o Jesus pela forma como comunicou, principalmente quando falou em época brilhante. Mas a culpa está na estrutura do clube. Enquanto o Benfica não tiver uma estrutura forte, o Benfica não vai conseguir vencer nada. Vai continuar como nos últimos anos, a culpar os árbitros", analisou, em entrevista à TSF.

Veiga espera uma mudança de postura por parte do presidente Luís Filipe Vieira, uma "capacidade" que já deveria ter após 12 anos no cargo, considerou, elogiando o "trabalho fantástico" do treinador Jorge Jesus.

"Se Luís Filipe Vieira se sentir capaz de emendar os erros sim, deve continuar. Mas ele tem de ter a capacidade de mudar. Ao fim de 12 anos, já devia ter essa capacidade. Vamos continuar com os mesmos problemas. O Jesus fez um trabalho fantástico no que toca ao futebol espetáculo, mas depois falta-lhe uma estrutura por trás", disse o antigo dirigente do Benfica.

José Veiga criticou ainda a comunicação do emblema da Luz, que "também tem de mudar, não se pode continuar com populismos, só a atirar areia para os olhos dos sócios", antes de voltar a criticar Luís Filipe Vieira, acusando o presidente de não se concentrar para os jogos decisivos frente a Estoril e Vitória de Guimarães.

"O presidente achou melhor ir passear para o Brasil do que estar concentrado no jogo com o Estoril. Quando se está a lutar por um título tem de se estar concentrado, desde o presidente aos jogadores. Este presidente achou que era melhor ir para o Brasil do que assistir ao jogo. Agora, na última semana, foi para a feira das vaidades, em Londres, em vez de preparar a final da Taça", acrescentou o empresário. 

-Noticia retirada do site Relvado

Nuno Farinha não tem dúvidas: Jesus não tem condições para continuar



Mesmo que o Benfica estivesse há muito tempo a jogar um futebol de encantar, e já nem é o caso, Jorge Jesus não tem condições para continuar na Luz. O profissional de futebol mais caro de sempre no futebol português – incluindo jogadores! – passou ontem também a ser o maior perdedor na história das águias.

Se Luís Filipe Vieira renovar o contrato do treinador, e essa hipótese parece continuar de pé, então é porque o nível de exigência no Benfica foi mesmo alterado. Jesus, para além dos 4 milhões/ano que custa à SAD, teve tudo: jogadores de nível mundial que lhe foram postos à disposição e até os caprichos que, ano após ano, ia exigindo. De Kardec a a Luisinho. Como se não bastasse, o Benfica tem ainda a mais alargada equipa técnica no futebol português. Um exército de adjuntos e preparadores de tudo e mais alguma coisa. Para resultar naquilo que está à vista: zero.

Jesus caíu de joelhos no Dragão e não voltou a levantar-se. Não é o único culpado, no entanto. A sensação do “já está ganho” foi tanto dele como de todos os outros que estão à sua volta. Na hora certa, da bebedeira coletiva após a vitória nos Barreiros, faltou massa crítica, humildade, experiência e respeito. Faltou um líder a sério, no fundo. Faltou um diretor desportivo de corpo inteiro.

O que Cardozo fez só se explica porque existe esse vazio de autoridade no futebol do Benfica. Cardozo, que um dia mandou calar as bancadas da Luz, empurrou ontem o treinador, pediu-lhe explicações e ainda apontou o dedo a um colega. É preciso dizer mais alguma coisa?

O V. Guimarães e o seu treinador não têm culpa nenhuma dos dramas alheios. A finalizar uma época que já era de grande qualidade, a equipa ainda justificou, plenamente, a conquista histórica. Grande exemplo, grande reviravolta, grande festa. Mereceram tudo o que aconteceu.

PS: A 4 de abril, neste mesmo espaço, escolhi o seguinte título: “Benfica tem tudo por fazer.” E logo abaixo podia ler-se isto: “Ter a visão de uma época perfeita sem ter conseguido, sequer, um único troféu: é esta a cruel realidade que o clube enfrenta.” Não imaginam algumas das ameaças que recebi nas redes sociais.


-Nuno Farinha, jornal Record

Adepto tenta agredir Jesus e é detido


Quando se preparava para receber a medalha de finalista

Um adepto do Benfica foi identificado e detido por tentativa de agressão a Jorge Jesus após o apito final da Taça de Portugal.

Tudo aconteceu quando o técnico dos encarnados começou a subir a escadaria para receber a medalha de finalista. Um adepto muito exaltado tentou agredir Jesus, mas foi de imediato repelido à bastonada e algemado pela polícia que se encontrava no local. Foi identificado e detido.

Esta não foi a única detenção no Jamor. De acordo com a Polícia de Segurança Público, dois apoiantes do Vitória de Guimarães também foram alvo de detenção, por resistência à autoridade, tentativa de agressão de um agente e arremesso de objetos.

Outras quatro pessoas foram identificadas pelos agentes por furto, venda ilícita de bilhetes, comportamento inadequado e ainda taxa de alcoolemia elevada.

-Noticia retirada do site do Mais Futebol

Vítor Serpa: Excelente advogado de defesa do Jamor!



Amanhã, benfiquistas e vitorianos minhotos irão de romagem ao Jamor esse santuário imponente que o Estado Novo mandou erigir apesar das reticências de Salazar, que juntava no gosto humano e no dever da missão de estado o mesmíssimo desprezo a que votava o desporto e os desportistas de Portugal e do mundo. 


Terá sido Duarte Pacheco a convencê-lo do interesse patriótico da construção e a seduzi-lo até pela hipótese nunca alcançada de organizar, durante a guerra mundial, uns Jogos Olímpicos que marcassem com propriedade e empenho a posição supostamente neutral do país.

O Estádio é, hoje, um lugar mítico para desespero dos que o tentam menorizar alcunhando-o, sem sucesso, de estádio de Oeiras. É o lugar onde o povo português gosta de ver a festa da final da Taça e tudo o que se faça para destruir essa realidade será contribuir para fazer de um momento muito especial um jogo sem alma e sem a grandeza que só a história lhe pode conferir.

Existem, de facto, algumas razões plausíveis para colocar objeções ao lugar. Todas de caráter técnico e que a Federação Portuguesa de Futebol, com a compreensão do governo, procurou contornar para esta edição. 

Admite-se que uma final entre dois dos três maiores clubes portugueses possa criar situações embaraçosas ao nível da segurança, mas só a cegueira provocada por um sectarismo doentio pode desejar que a final da Taça saia do Estádio Nacional para ter uma vida cigana, acampando pelo país consoante a geografia dos finalistas.

Claro que há países onde isso acontece. Países onde a final da Taça não tem a mesma história, a mesma tradição, a mesma alma. Em Portugal, é sinónimo de uma festa que marca essenciais diferenças para qualquer outra competição e que por isso (salvo dolorosas exceções) se torna especial e verdadeiramente única.

Num mundo de globalização que tudo descaracteriza e que tudo molda no barro das elites centralizadas é importante defender o que é especial, o que faz parte de uma cultura e de um modo próprio de ser e de estar. 

A final da Taça é, porventura, a prova mais portuguesa de Portugal e isso deve-se, em muito, às características muito particulares da final jogada no Jamor, num estádio de pedra branca, rodeado de um cenário verdejante, sem camarotes VIP, sem lugares diferenciados entre a abastança e a pobreza, um estádio igualitário, onde toda a gente que ali entra é povo do futebol.» 

- Vítor Serpa, jornal A Bola, 25 de Maio de 2013

João Malheiro: No vale do (J)amor



Não há como contornar o tema, existe todo um universo benfiquista em depressão. As expetativas eram altas, altas mas legítimas, condições havia para uma temporada que ficasse com marca substantiva no historial centenário do Clube. O final foi penoso, penoso e cruel, o Benfica não merecia um fecho de época tão doloroso.


Fomos a melhor equipa nacional ao longo do ano competitivo. Para não variar, as razões de queixa são múltiplas. Ainda no último embate do nosso antagonista direto, um penálti anedótico, mais uma expulsão intrujona, abriram caminho para o triunfo do FCP. Mais tarde, um penálti tão verdadeiro como verdadeiro é a terra girar à volta do sol, foi sonegado ao Paços de Ferreira. 

Assim, convenhamos, é fácil. O "sujinho, sujinho, sujinho", da lavra de Vítor Pereira, técnico azul, deveria ter sido proferido depois de se ver ao espelho. Isso é que era "limpinho, limpinho, limpinho".

Agora, vamos ao Jamor, ainda há uma competição para vencer. De resto, um troféu que tem escapado ao Benfica nos últimos anos. 

Vamos para ganhar? Só podemos. Temos que ganhar? Só podemos. 

Ainda no pretérito domingo, mesmo em desvantagem no marcador, frente ao Moreirense, na Luz, os nossos aficionados não exibiram manifestações, mais ou menos ruidosas, de aspereza. Esta temporada, para que conste, marca um exemplo de empenho e militância benfiquista que chegou a ser comovente.

Na final da Taça de Portugal só pode ser assim. Com humildade, que o mesmo é dizer respeito pelo V. Guimarães, imposta encerrar o ciclo vitoriosamente. 

Teremos fervor na plateia, precisamos de superioridade no campo. E, em seguida, faremos a festa. Dá para salvar a época? Dá, pelo menos, para mitigar os danos recentes. Ademais, no vale do (J)amor...» 

- João Malheiro, jornal 'O Benfica', 24 de Maio de 2013

sábado, 25 de maio de 2013

Afonso de Melo ataca gentes do Porto por causa das agressões aos jornalistas da Antena 1


1. Diz o povo, na sua proclamada infinita sabedoria, que as gentes do Porto são ordeiras e hospitaleiras. Sempre duvidei de infinitas sabedorias, sejam elas do povo ou do Presidente da República. Ano após ano após ano, hordas de ordeiros lançam-se como os hunos de Átila sobre aqueles que têm a desgraça de serem obrigados, pela regra dos calendários desportivos, a demandar a cidade das tripas enfarinhadas. Ao contrário do que acontece com as visitas portistas à capital, sempre sublinhadas com um passeiozinho vivificante no Parque Eduardo VII, ai do atrevido que caia no erro de meter o nariz de fora da janela do autocarro - voam pedras e garrafas, blocos de cimento, pedaços de viadutos. As autoridades, tal como o nome indica, autorizam. É para isso que existem. Deter, identificar, autuar, levantar processos não faz parte da sua competência. Limitam-se a olhar, entretidos, o voar dos calhaus. É mais do que certo que este adjectivo hospitaleiro vem de hospital...

2. Hordas de ordeiros atacaram barbaramente dois jornalistas da Antena 1 que saiam do Estádio das Antas. Tal como sempre acontece, as autoridades autorizaram. A barbaridade passará, mais dia menos dia, a fazer parte da lamentável lista de agressões a jornalistas perpetradas no Estádio das Antas de há 30 anos a esta parte. Lamentou o ordeiro clube a incidência? Apresentou desculpas às vítimas? Não. Não faz parte da sua cultura ordeira... Razão tinha o árbitro, Vítor Correia, quando dizia que desde que vira um porco andar de bicicleta acreditava em tudo. Imaginem se ele tivesse visto um a bailar...»

- Afonso de Melo, jornal 'O Benfica', 24 de Maio de 2013