quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Leonor Pinhão e os novos mind games do Futebol Português


Seja pelas circunstâncias, seja por esperteza, este ano os mind games estão refinados. Em comparação com temporadas anteriores registou-se um evoluir do conceito e da sua prática para patamares mais elevados, ainda que escorregadios. 

Este ano tudo gira à volta de Jorge Jesus e de Vítor Pereira. É uma dupla em dose dupla no que diz respeito aos mind games. 

Há a primeira questão do bate-papo entre os dois. E até neste capítulo há diferenças a registar. Estão ambos mais cordatos quando trocam recados através dos meios normais de comunicação, repararam? 

Já ouvimos Jorge Jesus e Vítor Pereira elogiar o alto nível da competitividade nesta Liga que é a mesma coisa do que se elogiarem a eles próprios, o que é normal, mas elogiando também o rival, coisa que não é normal na nossa praça e que até pode ser mal interpretada pelas facções mais extremistas nos dois valorosos campos. 

Com o Benfica e FC Porto a lutar pelo título num taco-a-taco bonito de se ver e com as duas equipas ainda envolvidas nas suas respectivas competições europeias - também é bonito de se ver -, os mind games da actualidade têm vindo a versar o velho axioma «não há rabo para duas cadeiras», proclamado por Bella Gutmann há mais de meio século quando foi acusado de ter perdido um campeonato para conseguir ganhar a sua segunda Taça dos Campeões Europeus para o Benfica. 

O axioma de Gutmann tinha sido desmentido pelo próprio Gutmann no ano anterior em que ganhou para o Benfica o campeonato e a primeira Taça dos Campeões. Mas, compreende-se e aceita-se o desabafo do treinador húngaro em 1962. Tinha ganho ao Real Madrid a final da prova mais importante da Europa e ainda havia benfiquistas a chateá-lo por ter perdido o campeonato para o Sporting. «Não há rabo para duas cadeiras», respondeu-lhes e foi assim que a frase entrou para a História. 

Há coisa de poucas semanas foi Jorge Jesus quem relançou o axioma de Gutmann, expressando-o pelas suas próprias palavras de uma outra forma: «Quem sair mais cedo da Europa tem mais hipóteses de ganhar o campeonato», disse o treinador do Benfica. Fez bem em dizê-lo mesmo que nada garanta que venha a ser aplicável. 

O FC Porto, por exemplo, já soube o que era perder um campeonato para o Benfica e ganhar uma Taça dos Campeões, em 1987, e somar as duas coisas com grande à vontade, como aconteceu em 2004. 

Quanto à Liga Europa, em que o Benfica está actualmente envolvido, o FC Porto já ganhou por duas vezes o troféu em anos - 2003 e 2011 - em que foi campeão em Portugal. 

A discussão é, portanto, estéril. Tratando-se de futebol, nada é certo. E é tão possível ganhar-se tudo, como aconteceu ao FC Porto no ano de Villas-Boas, como é possível perder-se tudo ou quase tudo, como aconteceu ao mesmo FC Porto em 1984, ano em que perdeu o campeonato para o Benfica e em que perdeu a final da Taça dos Vencedores das Taças para a Juventus e ano em que acabou por só ganhar a Taça de Portugal, vencendo o Rio Ave no Estádio de Oeiras. 

Tendo em consideração todos estes factos passados, que vantagem pode recolher Jorge Jesus em vir à liça com este tema? Lançando a questão, Jorge Jesus obrigou Vítor Pereira a expor-se, eis a vantagem. 

O treinador do FC Porto respondeu educadamente ao treinador do Benfica afirmando o seu desacordo frontal com a ideia de que para ganhar em território nacional é preciso perder no estrangeiro. 

São estes os novos mind games. Se o FC Porto de Vítor Pereira ganhar o campeonato e não ganhar a Liga dos Campeões - ou vice-versa -, Jesus acertou em cheio. Se perder as duas coisas, Jesus acertou duas vezes em cheio. Se o FC Porto for campeão nacional e europeu, aí o caso muda de figura... 

A segunda questão que tem ligado os dois treinadores é idêntica, trata-se da respectiva continuidade nos seus postos de trabalho em 2013/2014. 

Falamos de contratos, pois claro. A imprensa não tem deixado passar em claro que, no final desta temporada, Vítor Pereira pode sair do FC Porto e Jorge Jesus pode sair do Benfica. 

Nenhum dos treinadores tem mostrado grande vontade em espraiar-se sobre renovações contratuais, tema que por vezes lhes é colocado por jornalistas atrevidos. 

De um modo geral, a ideia da eventual saída de Jesus incomoda mais os adeptos do Benfica do que a ideia da eventual saída de Vítor Pereira incomoda os adeptos do FC Porto. 

Também a ideia da saída de Jesus do Benfica directinho para o Dragão, incomoda muito mais os adeptos do Benfica do que os do FC Porto. 

E incomodará também, necessariamente, Vítor Pereira. Isto anda esquisito. 

Este ano os mind games estão para durar.

- Leonor Pinhão, jornal A Bola, 28 de Fevereiro de 2013

Carlos Daniel: A gestão do esforço e o super Bayern


Quem gosta dessas contas deu-se ao trabalho e parece que sim, que Jesus tem razão e que quem sai mais cedo das provas europeias fica - estatisticamente - mais perto do título. Mas só na última década o FC Porto ganhou três provas europeias e foi campeão nacional também, o que mostra que a estatística no futebol não é uma batata, mas às vezes parece. O que parecia uma verdade absoluta até há uns anos, desde que Bela Guttman assumiu há uns 50 que não tinha "rabo para duas cadeiras", é agora uma mentira relativa, que o jogo mudou, o treino evoluiu e as equipas técnicas foram alargadas ao metodólogo, ao recuperador, ao nutricionista, até ao psicólogo e ao motivador.

A questão de fundo é gerir o desgaste, e só há duas maneiras: ou pelo aumento do número de opções ou pela forma de treinar/recuperar. Neste último caso entra a competência dos técnicos mas dependerá sempre da sorte, por exemplo a de não perder Jackson, no FC Porto, ou a de ter sempre Matic. André Almeida ou André Gomes tinham de viajar ao futuro para ser Matic; Liedson precisava de um regresso ao passado para fazer de Jackson. Uma boa equipa faz-se com um grande jogador por posição, um grande plantel faz-se com boas alternativas para todas elas. Em janeiro, o FC Porto aumentou as opções mas o ataque permanece coxo, enquanto o Benfica precisa que Martins e Aimar deixem de jogar ao pé coxinho porque o médio necessário não chegou.

Exemplo de um grande plantel? O do Bayern de Munique, capaz de ganhar dentro (está garantido) e fora de portas. 

Com meia equipa em repouso deu chapa 6 ao Bremen. À frente de Neuer, os titulares são Lahm, Boateng, Dante e Alaba mas também podiam ser Rafinha, Van Buyten, Badstuber e Contento. Os pivôs são Javi Martínez e Schweinsteiger, mas há ainda Tymoschuk e Gustavo, com Kroos à frente. 

Para a direita têm Muller e Robben, para a esquerda Ribery e Shaqiri. 

Na frente, Mandzikic mandou para o banco Mario Gomez (!) e ainda sobra Pizarro. É impressionante. E joga bem, com largura como poucas equipas têm, jogo exterior demolidor com dois laterais-ofensivos do melhor que há, Ribery numa segunda juventude à porta dos 30 anos, meia distância que ganha jogos, pontas de lança poderosos, de referência mas móveis e com qualidade técnica. 

Será o futebol na sua essência de simplicidade, dirão alguns, como prova de que quem tem os melhores jogadores está mais perto de ganhar. 

É mais que isso, é escolher com critério, segundo uma forma de jogar, atrativa e previamente definida. 

É mais fácil com um livro de cheques no bolso? Claro. Mas também há quem gaste mal. 

E não foi por acaso que entre o Bayern e Guardiola foi o treinador que escolheu o clube e não o contrário.

-Carlos Daniel, Diário de Noticias

Bagão Félix analisa ultimo terço do campeonato


O Campeonato - sei que é Liga, mas nunca simpatizei com o nome - vai ser decidido por detalhes. 

Benfica e Porto surgem no último terço do dito, apostados no último terço do meio-campo dos oponentes. 

Verdadeiros irmãos siameses numa luta binomial disputadíssima. Com estilos bem diferentes, mas até agora igualmente eficazes. 

Olhamos para Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e é mais ou menos fácil designar o vencedor dos respectivos campeonatos, tal a diferença de pontuação. Aqui o suspense do vencedor é o que alimenta um torneio que vê, por exemplo à 20.ª jornada, um outro grande, o Sporting, a uma distância inimaginável de 30 pontos e apenas a poucos da "linha de água"! 

Neste contexto, qualquer falha poderá ter consequênclas macroscópicas. 

As dos técnicos, dos jogadores e dos árbitros. Todo o cuidado é pouco para preservar a essência da verdade, se é que esta existe no meio da emoção e dos interesses, por vezes obscuros, do desporto. 

A propósito, bom seria que essa coisa dos penalties por causa da anatomia braçal ou manual tivesse um critério uno e não permitisse julgar ao sabor do subjectivismo, por vezes amiguista, de quem decide. 

Esta velha discussão da mão na bola ou bola na mão, da intencionalidade ou intensidade, do à queima-roupa ou não, começa a ser obsessiva ou mesmo patológica, consoante o olhar mais ou menos enviesado de cada qual. 

Bom seria que houvesse a aproximação a um critério o mais objectivo possível para marcar ou para não marcar penalty. Prefiro um critério estúpido mas objectivo do que um critério sofisticadamente inteligente mas vulnerável à interpretação casuística ou batoteira.» 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 27 de Fevereiro de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Marinho Neves arrasa Manuel Queiróz



Comentário de Marinho Neves:
"Os dois artistas que estão a comentar o jogo Braga-Benfica, são muito jeitosos."

Resposta de José Carlos Soares:
"Não conheço pessoalmente o Manuel Queiroz por isso não posso tecer comentários..."

Contra-Resposta de Marinho Neves:
"Eu conheço bem. Salta de jornal para jornal, sempre em lugares de chefia e nunca ninguém lhe viu qualidades. Quer dizer, o Papa vê."



-In Facebook de Marinho Neves

António Magalhães e as estatísticas dos jogos Braga-Benfica


Benfica e Sp. Braga defrontaram-se 23 vezes nas últimas dez épocas. 

A vantagem é das águias: 11 vitórias contra 5 dos minhotos, registando-se 7 empates. As diferenças deste total são contrabalançadas pelo equilíbrio que se verifica a outros níveis. 

Por um lado, nos duelos em Braga: 5 triunfos dos guerreiros, 3 dos encarnados e outros tantos empates. 

Por outro, nas provas a eliminar: em 2010/11 , Benfica e Sp. Braga cruzaram-se na Taça de Portugal (vitória do Benfica na Luz) e nas meias-finais da Liga Europa (apuramento do Sp. Braga após vencer 1-0 e beneficiar do golo marcado fora, 1-2).

Se este ano o Benfica consegue impor-se com uma época mais positiva (a vantagem de 18 pontos sobre o seu rival na Liga acentua essa realidade), o certo é que o embate desta noite reúne os requisitos indispensáveis para um desfecho imprevisível. 

O facto de valer uma final eleva o jogo para um patamar de emoção que, deseja-se, tenha a devida correspondência em campo. Por isso, falar em desgaste e cansaço torna-se conversa desadequada a um momento que, por si só, apela à superação.

Superação é também a expressão certa para descrever o número de golos que regista o campeonato português à 20.ª jornada. Temos normalmente o hábito de criticar o nosso futebol, sobretudo em termos de produção de golos. Ora, esta é a época mais profícua das últimas dez (!): 449 golos marcados. 

Reparem bem na evolução dos últimos 5 anos: 355 (em 08/09), 378 (09/10), 395 (10/11) e 420 (11/12). Esta temporada, apontaram-se mais 29 golos do que à mesma jornada do campeonato passado, proporcionando uma média de 2,8 golos por jogo - registo ao nível das melhores ligas das "big 5" e superior aos campeonatos de Itália e França.
- António Magalhães, jornal Record, 27 de Fevereiro de 2013

José António Saraiva: "Benfica precisa mais de Jesus do que Jesus do Benfica"


No Benfica discute-se hoje muito a continuidade (ou não) de Jorge Jesus. E há um núcleo a defender que o clube só deve renovar com o treinador se o Benfica for campeão. Terá razão?

Vejamos. Quando Jesus chegou, o Benfica estava em apuros. Tinha ficado em 4.º lugar no campeonato (atrás do Porto, do Sporting e do Guimarães), há muito que não fazia um brilharete internacional, os jogadores desvalorizavam-se, os adeptos começavam a descrer.

Ora, passado pouco tempo, Jesus pôs a equipa a jogar um futebol de ataque, com muitos golos, começou a ganhar jogos nas competições nacionais e internacionais, valorizou o plantel, chamou gente aos estádios e recuperou a ‘’mística’’ encarnada. Em três anos, ganhou um campeonato, foi duas vezes segundo, venceu três Taças da Liga, chegou aos quartos-de-final da Champions e às meias-finais da Liga Europa, recuperou muito terreno em relação ao FC Porto.

Isto são os factos. E como será o futuro? Se Jesus sair, a probabilidade de o Benfica arranjar um treinador melhor é mínima, e a de arranjar um pior é grande. Ou seja, fica em sério risco de regressar ao passado.

Quanto a Jesus, terá facilmente mercado. Depois do que fez no Benfica, qualquer clube sabe que a sua contratação pode trazer milhões aos seus cofres, quanto mais não seja na valorização do plantel.

Assim, atrevo-me a dizer que o Benfica precisa mais de Jesus do que Jesus precisa do Benfica. É que o Benfica tem muito a perder com a sua saída – e Jesus tem pouco a perder se sair do Benfica, pois num clube nacional ou estrangeiro ganhará mais ou menos o mesmo.

-José António Saraiva, jornal Record

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Fernando Guerra e a escandalosa "Benquerençada" de que ninguém fala...


Já lá vão oito anos, mas, de repente, o que se passou no Estádio da Luz, a 17 de Outubro de 2004, volta à colação e, outra vez, devido a erro grosseiro de arbitragem. 

Na temporada 2004/2005, decorria a 6.ª jornada com honras de clássico: Benfica-FC Porto. Resultado final, 0-1, com golo de McCarthy, ao minuto nove.

O problema é que, mais adiante, Petit rematou de longe e Vftor Baía voou para o interior da sua baliza na infrutífera tentativa de evitar o golo do empate que não contou pela simples razão de Olegário Benquerença, o árbitro do jogo, ao captar o lance de ângulo extraordinário, ter tido o engenho de não ver o que foi uma evidência para quem se sente capaz de assistir a um jogo de futebol sem perda de lucidez. 

A manchete de A BOLA do dia seguinte expressou a realidade da situação - «Foi golo!» -, mas, à falta de imagens televisivas esclarecedoras, a dúvida foi habilidosamente adornada até se transformar em coisa irrelevante e ser despejada na lixeira das incomodidades. 

Mesmo com esse prejuízo pontual, um Benfica preso por arames, comandado pela fina sabedoria de Trapattoni, foi campeão nacional, o primeiro no ministério Luis Filipe Vieira, e o assunto acabou por diluir-se no tempo.

Anteontem, porém, outra benquerençada aterrou na Luz, a demonstrar que o vírus continua por aí. 

Creio não ter a asneirada do árbitro Capela colhido o reparo devido. 

A marcha do marcador que, na altura, assinalava urna vantagem de dois golos para o Benfica, jamais pode ser esgrimida como atenuante. 

O que a Sport TV mostrou, o que A BOLA escreveu e o que eu vi só admite uma conclusão: o terceiro golo 'pertence' a Lima! 

Porque ele rematou para a baliza adversária e o defesa pacense Ricardo jogou a bola, inequivocamente, além da linha de baliza. 

Devia ter sido o terceiro do Benfica, mas não foi. 

Salvio, de supetão, recargou e confirmou o golo, a bem da verdade... Tudo esclarecido? Errado, o lance é uma descarada mentira que não pode ser engolida pelo esquecimento. 

Imagine-se que o resultado estava em zero-zero e não aparecia nem Salvio, nem outro companheiro para 'remarcar' o golo. Que consequência? 

Óbvia, a perda de dois pontos como se verificou há quase oito anos...

-Fernando Guerra, jornal A Bola, 26 de Fevereiro 2013

Domingos Amaral: Acérrimo defensor de Jorge Jesus


FC Porto e Benfica parecem este ano gémeos siameses, inseparáveis e praticamente idênticos em tudo. Apenas uns ligeiros pormenores os diferenciam.

O registo de ambos é quase igual, nas várias competições. No total, o FC Porto já fez 34 jogos esta época, para todas as competições em que participou. Venceu 26 jogos, empatou 6 e apenas perdeu 2 jogos (em Paris e em Braga). Este registo dá uma percentagem de vitórias de 85 por cento, o que é muito bom.

Já o meu Benfica fez mais jogos, ao todo 36, obteve 27 vitórias, cedeu 7 empates e também teve duas únicas derrotas (em casa, com o Barcelona, e em Moscovo). Assim, tem uma percentagem de vitórias de 84,7 por cento, praticamente idêntica à do FC Porto.

Ambos estão a fazer uma temporada muito forte, e não há forma de se gerarem distâncias relevantes entre os dois. Ontem, por exemplo, muita gente temia o Paços de Ferreira, que está a fazer um extraordinário campeonato, mas a verdade é que o Benfica não deu qualquer hipótese, e venceu facilmente por 3-0.

Benfica e FC Porto estão claramente noutra galáxia futebolística de todos os outros clubes nacionais, e mesmo Braga e Sporting têm muitas dificuldades para conseguir bater o pé aos dois grandes. Embora o FC Porto vá a Alvalade na próxima jornada, ninguém acredita que não vai ganhar aos leões.

É evidente que ainda faltam 10 jornadas, e há muitos jogos difíceis pela frente, mas se as duas equipas mantiverem este registo, a coisa vai ferver até ao fim! Quem separa este gémeos siameses? Será que temos mesmo de esperar pelo jogo no Dragão?

Isto é o que se passa dentro do campo. Já fora do campo há claras diferenças. Enquanto Pinto da Costa dá moral e confiança a Vítor Pereira, para as bandas da Luz começam os disparates, e lá veio um vice-presidente do clube. o senhor Varandas Fernandes, fazer ultimatos a Jorge Jesus, dizendo que o contrato dele só será renovado se ele ganhar títulos!

O Benfica continua cheio de gente que não percebe que esse tipo de ameaças só desestabilizam, e podem desconcentrar o treinador e os jogadores, num momento em que todos precisam de estar focados no presente, e não no futuro.

Jesus é o melhor treinador do Benfica das últimas três décadas, o melhor desde Eriksson, e só pessoas que não percebem nada de futebol acham que ele se deve ir embora! O senhor vice-presidente devia era estar calado!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mário Fernando analisa vitória frente ao Paços de Ferreira


Afinal, foi mais simples do que o próprio Jorge Jeus pensava. O Benfica bateu o terceiro classificado do campeonato de forma clara, sem deixar a menor dúvida da sua superioridade. E fê-lo nos tempos certos, sabendo gerir sabiamente um jogo que poderia ser problemático. Do princípio ao fim, os encarnados ditaram as regras. O Paços de Ferreira não podia fazer mais.

Dois golos, cada um a abrir a sua parte da partida, delimitaram o terreno. O primeiro porque tranquilizou a equipa - colocando-a longe da ansiedade que sentira frente à Académica - e o segundo porque "matou" quaisquer intenções dos pacenses em aproveitarem a incerteza que deriva sempre de uma vantagem tangencial. De entre os muitos méritos que o Benfica teve, convirá destacar a arrumação do técnico encarnado, não apenas pela utilização de Lima junto a Cardozo, mas sobretudo pelo desequilíbrio que Enzo Perez provocou, como se constatou de maneira mais vincada no (excelente) desenho do golo inaugural.

Além de contar com um Salvio em dia-sim, assinando uma ótima exibição, as águias souberam tirar proveito de uma certa hesitação que marcou boa parte do desafio no meio-campo pacense. Matic voltou a ser fundamental ao ver Luis Carlos demasiado longe de André Leão, com Josué "oscilando" entre a zona interior e a lateral, o que favoreceu a criação (e exploração) de espaços por parte do Benfica. E não fosse Cardozo atirar ao ferro, o assunto estaria arrumado bem mais cedo.

Duas notas mais. Jorge Jesus está esta época a realizar, com razoável critério, a tal gestão que lhe faltou na temporada passada. Não será possível fazer sempre jogos maravilhosos, mas o fundamental, nesta fase, é ir garantido os resultados. E sempre que se proporcionar - como neste jogo com o P.Ferreira - até pode trocar Enzo por Carlos Martins (apesar da enorme diferença entre ambos), abdicar de Cardozo e Ola John e recorrer a Aimar a Gaitan. Tem jogadores que lhe possibilitam mudar o xadrez e manter o desafio sob controlo.

Apenas um alerta, que não é de somenos. Os raros lances perigosos para a baliza de Artur nasceram de perdas de bola por parte de jogadores do Benfica. Riscos totalmente desnecessários.

-Mário Fernando, TSF Blog Jogo Jogado

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Rui Santos admite ida de Jesus para o FC Porto


Jorge Jesus pode mudar-se de armas e bagagens para o FC Porto no próximo Verão? Como era expectável, a questão do contrato que liga Jorge Jesus ao Benfica, a expirar no final da época, vai tornar-se numa questão recorrente, à medida que a temporada avança e não haja sinais de resolução. Da mesma forma, e até por associação directa ou indirecta, a questão da renovação do contrato de Vítor Pereira pelo FC Porto também fará parte da "dialéctica da bola" nos próximos tempos, enquanto não houver "preto no branco". 

Como sempre, o FC Porto apresenta-se com "vantagem negocial" e pode gerir o dossiê a seu bel-prazer. Mais uma vez, como já aconteceu no passado, o tempo e as circunstâncias correm a favor da SAD portista. Parece-me, pois, bastante verosímil a hipótese de Jorge Jesus rumar ao Porto, e esse é o problema que (mais uma vez) Luis Filipe Vieira tem entre mãos.

É compreensível que o presidente do Benfica revele alguns cuidados na resolução deste assunto, porque não quererá perturbar a campanha desportiva da equipa de futebol, ainda por cima num quadro de apertada competitividade com o FC Porto. A verdade, porém, é que o adiamento de uma matéria tão sensível para o futuro do futebol do Benfica pode tornar-se numa castanha quente a rebentar nas mãos de Vieira. Porque Jorge Jesus representa muito mais (para o clube da Luz) do que um mero treinador. Com as suas imperfeições, Jorge Jesus deu um rumo, um estilo e uma coerência ao futebol do Benfica que já não existiam desde o tempo de Eriksson, há mais de 20 anos.

A manta ficou curta. Quantos mais milagres pode fazer Jesus? Não ver isto ou querer relativizar isto, aproveitando um eventual insucesso no campeonato, é expor-se perigosamente aos efeitos do "pós-Jesus". Quem suceder a Jorge Jesus não vai ter tarefa fácil e o Benfica não precisa de quem, por contraste, queira aliviar a exigência junto dos jogadores. Essa é uma conquista inalienável do futebol benfiquista. Perdê-la pode representar a abertura de um ciclo de grande instabilidade no futebol dos encarndos.

O Benfica deu um (excelente) contrato a Jorge Jesus, mas talvez não lhe tenha dado a estrutura (de apoio) que mereceria. É isso que falta ao Benfica, em comparação ao FC Porto. O que pode dar, neste momento, Vieira a Jesus, que o convença a permanecer na Luz? O Benfica precisa mais de Jesus do que Jesus do Benfica. Ou Vieira se antecipa (com argumentos que não serão fáceis de arranjar) ou submete-se a um final de época... do arco-da-velha.

É que, sinceramente, não vejo maneira de o FC Porto não aproveitar a oportunidade de demonstrar ao Benfica, depois do êxito com JJ na sua primeira época, que o defeito não está no treinador… mas em tudo o resto. Haveria melhor maneira de visar Vieira?...» 

- Rui Santos, jornal Record, 23 de Fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Bruno Carvalho: O que exigir a este Benfica?


O Benfica vai empatado no 1º lugar da campeonato nacional, não tendo ainda perdido qualquer jogo. Está a um passo do Jamor sem nenhum adversário significativo que em condições normais o possa afastar da conquista da Taça de Portugal. Está nas meias-finais da Taça da Liga. Ontem, atingiu os oitavos-de-final da Liga Europa tendo eliminado uma equipa bastante forte.

Poderá ser esta uma época de sonho?

Pode!

Mas o que se deve exigir ao Benfica e a Jorge Jesus?

É fácil: ganhar o campeonato e a Taça de Portugal.

Normalmente diria que me bastaria ganhar o campeonato, mas nas condições actuais penso que vencer a Taça se tornou obrigatório.

Ganhar o campeonato e a Taça fará a diferença entre parecer sempre que pode ganhar e ganhar mesmo!

Esse é o desafio.

Depois podemos ganhar a Liga Europa. Porque não? André Villas-Boas não conseguiu ser campeão e ganhar uma prova europeia no mesmo ano?

Finalmente podemos ganhar a Taça da Liga... ou não.

Se o Porto a ganhasse talvez não fosse mau por 2 motivos: por um lado, talvez a Taça da Liga começasse a ser mais valorizada, pois parece que é preciso que o Porto a ganhe para que alguém lhe dê valor e por outro lado, agrada-me a ironia de ver o Porto passar pela situação que tem sido nossa tantas vezes de apenas ganhar esse troféu que tem sido considerado menor.

Mas pensando melhor, creio que não seria mau também ganharmos a Taça da Liga!

Assim e em resumo: ganhar o campeonato e a Taça de Portugal é o que se exige, hoje, ao Benfica. A conquista destes 2 troféus significarão uma época brilhante do Benfica.

Se a isso juntarmos Liga Europa e até a Taça da Liga, podemos estar no limiar de uma época perfeita!

Só digo uma coisa: depois de tanto sofrimento, OS BENFIQUISTAS MERECEM TUDO!


-Bruno Carvalho, Facebook

Quando Jesus recuperou Guttman


Bela Guttman, o mais mítico dos treinadores do Benfica, justificou a perda do título nacional de 1962 com o facto de a equipa estar muito focada na Taça dos Campeões, que acabou por ganhar. 

"O Benfica não tem rabo para duas cadeiras", disse na altura o húngaro, num vernáculo que podia ter saído da boca de Jorge Jesus e cujo espírito o treinador de hoje veio recuperar quando afirmou que o favorito à conquista do título nacional será, entre Benfica e Porto, o que primeiro for eliminado da sua competição europeia.

Vítor Pereira já afirmou que não concorda, que é possível manter a equipa focada nas duas frentes. E acho que o treinador postista tem razão. Aliás, atrever-me-ia até a dizer que até Jesus acha que Vítor Pereira tem razão e que o que disse, a desvalorização pública que tem feito da Liga Europa, não é mais do que a desresponsabilização prévia para a eventualidade de vir a dar-se mal. 

E fá-la na Liga Europa e não em relação ao campeonato por uma razão muito simples: a prova da UEFA pode perder-se numa só noite, a pedir justificação, ao passo que o campeonato se perde ou ganha em muitas partidas, com a evidente diluição de responsabilidade por todas elas.

Jesus quer ganhar as duas coisas - aliás, quererá ganhar as quatro, pois também está ainda em competição na Taça de Portugal e na Taça da Liga.

A eliminação do Leverkusen, com duas vitórias, mostrou a superioridade benfiquista face aos alemães e a medição de forças que aí vem, com um Bordéus que não foi assim tão superior ao Marítimo na fase de grupos, significa que este Benfica é favorito a chegar aos 1/4 de final. 

E, se aí chegar, já não vale a pena dizer que a Liga Europa não é um objectivo, que o cheiro do sucesso chegará para focar qualquer equipa.

-António Tadeia, Facebook

Leonor Pinhão analisa declaração de Rui Cerqueira no Facebook


No sentir do diretor de comunicação do FC Porto, o destino do Vitória de Setúbal é seguir direitinho para a segunda divisão. 

Assim terá expressado, esse seu particular sentir, através da sua página no Facebook. Tal como o Youtube, o Facebook é, não restem dúvidas, uma grande invenção do século XXI. 

Como é do conhecimento geral, o Vitória de Setúbal atreveu-se a reagir e a contestar formalmente a decisão do Conselho de Disciplina da FPF que mantém o FC Porto na Taça da Liga declarando inválida a tal questão das 72 horas que poderia, se a apreciação fosse outra, beneficiar os sadinos com uma repescagem que muito lhes viria a calhar porque a Taça da Liga dá bom dinheiro aos clubes participantes. 

E o Vitória de Setúbal vive com dificuldades na tesouraria, o que o torna igual à quase totalidade dos clubes portugueses e à quase totalidade dos cidadãos igualmente portugueses. 

José Mota, o treinador do Bonfim, não gostou da decisão dos conselheiros da disciplina da FPF e desabafou: «O nosso mundo é feito de injustiças». 

O desabafo do professor Mota foi à TSF e, em resposta sentida, o diretor de comunicação do FC Porto desabafou no Facebook. Deste modo: «Se houver justiça vai para a SEGUNDA brevemente...» Assim mesmo, com «a SEGUNDA» em letras maiúsculas, capitulares, o que deixa entender a dimensão da ameaça e a alta probabilidade de vir a acontecer a relegação do histórico clube de Setúbal para a segunda divisão do nosso futebol. 

Teria sido, provavelmente, mais apropriado meter as letras maiúsculas noutro lugar da frase dando-lhe um ênfase diferente. Imagine-se que era assim: «Se houver JUSTIÇA vai para segunda brevemente...» 

Com a JUSTIÇA em maiúsculas e com «a segunda» em minúsculas, realçava-se a questão premente da igualdade perante a Lei para todos, grandes ou pequenos, em justo detrimento da crueldade da praga lançada sobre as aspirações desportivas do Vitória de Setúbal e do seu treinador. 

Não foi a primeira vez, nem será a última certamente, que desabafos provocatórios, mal medidos ou meramente irresponsáveis despejados nas redes sociais vêm dar um colorido suplementar às discussões das coisas do futebol. 

Já vimos observadores da Liga e até jogadores a aproveitar estas modernas tecnologias da informação para dizer o que lhes vai na alma sem intermediários nem censura. Nem sequer é novidade, portanto. 

A única novidade desse último qui pro quo institucional via Facebook é o facto, aliás incrível, de o Vitória de Setúbal ter ganho com muito valor e mérito os dois últimos jogos que disputou para o campeonato e com esses 6 pontos somados ter conseguido dar um valente salto na classificação afastando-se dos lugares perigosos onde se encontrava. 

É verdade que ainda falta muito campeonato e que nada está decidido nem no topo nem no fundo da tabela. 

Fica por isso mesmo a curiosidade instalada sobre o destino do Vitória de Setúbal no fim da corrente prova. Desce? Ou não desce? Quem é que manda aqui?

-Leonor Pinhão, jornal A Bola, 21 de Fevereiro de 2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bruno Carvalho concorda com ida de Lima à Selecção Portuguesa


Faz muito mal Paulo Bento se não chamar Lima à Selecção Portuguesa.

Lima é um grande e já mostrou disponibilidade para jogar por Portugal.

Não é com o Postiga que vamos lá!

Se Paulo Bento é um purista, então seja consequente e não convoque o Pepe!

E já agora, dê uma espreitadela à Selecção Alemã e veja se eles têm esses pruridos.

-Bruno Carvalho, 19 de Fevereiro 2013, Facebook


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

José António Saraiva diz que o título depende de 2 jogadores: Matic e Martinez


Se o Benfica tivesse escorregado no domingo (o que não aconteceu por um minuto), alguns benfiquistas culpariam Pedro Proença – que, ao expulsar Matic e Cardozo na jornada anterior, os afastou do jogo com a Académica. E que falta eles fizeram!

Mas não vou por aí. Prefiro sublinhar a importância que Cardozo e Matic, sobretudo o segundo, têm nesta equipa do Benfica. Pergunto: o que sucederá se Matic se lesionar e ficar vários jogos afastado? A equipa renderá metade ou nem isso. E se o FC Porto já é o principal candidato ao título, sê-lo-á ainda mais.

Neste momento, o FC Porto está mais forte fisicamente e tem uma vantagem (pouco referida) sobre o Benfica: as bolas aéreas. Dispõe de um ótimo batedor de livres e cantos (João Moutinho) e de dois magníficos cabeceadores: Mangala e Jackson Martínez. No jogo com o V. Guimarães, em dois cantos consecutivos, eles arrumaram o jogo. Ora, o Benfica é um desastre nas bolas paradas. Não tem bons batedores nem bons cabeceadores. Mesmo Cardozo, sendo alto, não joga bem de cabeça, pois salta muito curvado.

Mas, atenção! Se o Benfica sem Matic é muito mais fraco, o que acontecerá ao Porto se perder Jackson Martínez? Ele tem quase metade dos golos da equipa. Sem ele, o FC Porto perderá a gazua que muitas vezes abre as balizas adversárias.

Vistas assim as coisas, o desfecho do título depende muito de dois jogadores excecionais: Matic e Martínez. Se um ou outro ficarem de fora (por lesão ou por castigo), desequilibram-se os pratos da balança a favor do rival.

O FC Porto é hoje favorito. Mas, se perder Jackson, o favoritismo passa inteirinho para os lados da Luz.

-José António Saraiva, jornal Record

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Manchester United jogou assim em Madrid??

«Não vou deixar que façam comentários depreciativos e que denigram a imagem da Académica, porque essas pessoas que comentaram hoje são as mesmas que elogiaram a humildade do Manchester United por baixar as linhas frente ao Real Madrid e conseguir um empate. A Académica fez exatamente a mesma coisa esta noite»

-Pedro Emanuel, treinador da Académica, no final do jogo com o Benfica

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Comparação entre CR7 e Mangala? João Querido Manha esclarece...


Por mais indicações que Carlos Xistra tenha dado, bem explícitas por sinal, das razões que o levaram a mostrar um segundo cartão amarelo ao francês Mangala, em Aveiro, não faltaram criticas e adjetivos que desabonam quem as proferiu, dos mais entendidos aos mais interessados. 

Mas ninguém foi tão imaginativo como o treinador Vítor Pereira que subiu a fasquia à altura de Cristiano Ronaldo, comparando os trambolhões do francês ao salto que maravilhou o Mundo na quarta-feira, quando o intemacional português se elevou à estratosfera para apontar o mais perfeito golo de cabeça da história do futebol. 

Cristiano pára no ar, como o helicóptero, o beijaflor e o antigo goleador brasileiro Dadá Maravilha, servindo-me da descrição deste velho romântico caçador de bolas altas. 

Mangala atira-se de faca nos dentes e salve-se quem puder. 

Cristiano e Mangala estão um para o outro como um bailarino do Bolshoi e um comando da Força Delta. 

É evidente que o bom do Mangala, a caminho de se tornar num dos melhores defesas-centrais da Europa, não faz por mal e está em processo de desenvolvimento de um estilo que fez escola em décadas sucessivas: Lima Pereira, Geraldão, Fernando Couto, Jorge Costa, Pepe, Bruno Alves - toda uma linhagem de altos saltadores, muito eficientes, mas tão elegantes como elefantes em loja de porcelanas. 

Os adeptos não fazem diferença e apenas avaliam a gravidade das faltas, mas os agentes desportivos e os comentadores têm obrigação de entender o jogo faltoso sistemático, que é, de resto, o primeiro motivo para os duplos cartões amarelos, embora penalizem mais uns clubes do que outros, não existindo uma relação indiscutível entre o número de faltas e o número de expulsões. 

Por exemplo: dos quatro clubes principais, o Benfica foi o que menos faltas cometeu neste século e, no entanto, é de longe o que acumula mais cartões vermelhos. » 

- João Querido Manha, jornal Record, 17 de Fevereiro de 2013

Luís Pedro Sousa garante que Sulejmani e Djuricic são reforços certos para a próxima época



O Benfica prepara bem e com a devida antecedência a próxima época. 


Dois sérvios de reconhecido valor, Sulejmani e Djuricic, são reforços certos para o plantel 2013/14. 

Com as contratações efetuadas, uma delas a custo zero, os responsáveis dos encarnados pretendem garantir mais opções para o meio-campo e para as alas. 

Atualmente e em termos meramente numéricos, o Benfica não patenteia qualquer défice nessa zona do terreno, mas o futuro não se mostrava particularmente promissor. 

Pablo Aimar prepara a saída, Carlos Martins debate-se com problemas vários e Nico Gaitán, por exemplo, poderá sempre protagonizar um negócio avultado na próxima janela de mercado. 

Os encarnados devem, no mínimo, precaver-se para não viver o susto de agosto último. 

As saídas repentinas de Javi García e Axel Witsel colocaram em perigo toda uma estrutura, que, no entanto, acabaria prontamente salva pela categoria de Jorge Jesus. 

Não fossem as apostas bem sucedidas em jogadores como André Almeida e André Gomes, a adaptação de Enzo Pérez ao miolo e o súbito despontar de Ola John, e o Benfica não estaria hoje, por certo, a discutir palmo a palmo o título de campeão nacional com o FC Porto. 

Do meio-campo para a frente, o clube da Luz começa a colocar-se pronto para qualquer surpresa. 

No sector recuado é que há problemas cuja solução não parece ser tão fácil. 

O jogo de Leverkusen veio, no entanto, gerar algum otimismo.

Melgarejo teve certamente o melhor desempenho de águia ao peito e André Almeida, com maior apetência para o meio-campo, começa a cotar-se como clara opção a Maxi Pereira. 

Mas torna-se necessário continuar a aferir a regularidade do paraguaio - garantindo-lhe também uma alternativa credível - e a consistência do jovem português. 

No eixo da defesa, Luisão não é eterno e Garay surge, quase invariavelmente, como alvo de cobiça. 

Por último, na baliza, Artur está longe de ser um nome consensual.» 

- Luis Pedro Sousa, jornal Record, 16 de Fevereiro de 2013

Rui Miguel Tovar apresenta o novo reforço do Benfica


Segue-se Miralem Sulejmani. Será o segundo natural de Belgrado na Luz, a partir de Julho deste ano. Contratado a custo zero ao Ajax, o Benfica ganha um esquerdino irreverente, egoísta e genial. Tudo num só. Sulejmani, geração 1988, é de extremos. Num dia bom, oh la la, parte a loiça toda. Num dia cinzento, é capaz de passar despercebido. Como Zivkovic – e isso só seria bom se saísse da Luz com uma dobradinha, algo que o Benfica falha desde 1987, o ano de... Zivkovic.

Bom, adiante, Sulejmani é um perigo à solta. Extremo-direito habilidoso, com remate fácil e pouco dado a passar a bola aos colegas. Para jogar no Benfica tem de aprender a utilizar o descomplicador, para evitar assobios e bolas perdidas. Mas também é verdade que quando acerta no drible acontecem coisas. Como o golo à Juventus, na Liga Europa 2010. O sérvio recebe a bola no seu meio-campo e corre desenfreadamente até à grande área, onde atira para golo por entre as pernas de Buffon, o grande Buffon. Ok, a Juve ganha (2-1), mas o golo é colossal. Marca registada da casa, Sulejmani de seu nome.

Em final de contrato, o extremo quer dar o salto aos 24 anos de idade. Depois de ter protagonizado a transferência mais cara entre clubes holandeses (16,25 milhões de euros, do Heerenveen para o Ajax). Agora é a custo zero. Lá está, um jogador de extremos.

O Ajax ainda tenta encaixar algum dinheiro com Sulejmani no mercado de Inverno (o Benfica manifesta interesse), mas a transferência não se concretiza até 31 de Janeiro. Sem dinheiro e sem jogador. O Ajax fica a ver navios. Frank de Boer não gosta. “Temos jogado sem o Sulejmani até agora, não vejo porquê encaixá-lo a meio da época.” Não é o primeiro choque Sulejmani vs. De Boer.

Em Outubro de 2012, a Sérvia joga na Macedónia para a fase de apuramento do Mundial-2014 e Sulejmani joga para espanto do treinador do Ajax. “A sério, ele jogou? Mas como, se saiu daqui com uma lesão? Bom, vamos ter de falar.” Ou talvez não. Sulejmani só fala com altas entidades, tipo Jesus.


-Rui Miguel Tovar, jornal I, 15 de Fevereiro 2013

Rui Santos lança forte ataque ao Conselho de Disciplina


Uma semana péssima para a "justiça" desportiva: o Conselho de Disciplina "de Herculano Lima" voltou a atacar agora contrariando a base da acusação da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga no caso das 72 horas em relação ao FC Porto; e os castigos infligidos a Matic e Cardozo, ambos ridículos, seja qual for a perspectiva pela qual os analisemos. 

Bem se pode dizer que foi "uma no cravo, outra na ferradura" - para vergonha da justiça desportiva. 

Uma decisão que teve o condão de "calar o Benfica" (em relação à Taça da Liga) e "calar o FC Porto" (em relação a Cardozo). Justiça desportiva?! 

Estão a FPF e a Liga, em pé de guerra, embora as dissensões ainda não tenham sido consagradas pela opinião publicada. Estes castigos enquadram-se no ambiente de fractura que se vive entre a FPF, de Fernando Gomes e a Liga, de Mário Figueiredo. 

Dir-se-á que não é bem assim, perante o princípio da separação de poderes. Retórica. Apenas retórica. Basta ver as posições públicas de diversos juristas.

E as (altas) pressões que se fazem sentir, com a queda de um "meteorito" capaz de destruir o que restava da credibilidade da "justiça desportiva" do futebol em Portugal. Alguém pode acreditar neste Conselho de Disciplina, depois de Herculano Lima ter aplicado uma suspensão de 15 dias a Jorge Jesus (em Setembro do ano passado), com efeito nulo, uma vez que a deliberação aconteceu, cirurgicamente, quando não havia competição? 

Depois de uma decisão destas, perante a qual o Benfica não pôde deixar de se sentir profundamente agradecido, havia condições para julgar alguma coisa que fosse, de modo indirecto, a seu favor? Haveria condições para isso? 

Mais: haveria coragem para isso? O que aconteceu foi uma coisa muito simples: o FC Porto, até à data do jogo com o V. Setúbal, vinha cumprindo com a regra das 72 horas, na Taça da Liga. A sua organização cometeu um erro e o gabinete jurídico achou no regulamento uma forma de amenizar ou mesmo eliminar (o Conselho de Justiça o dirá) o impacto desse erro. 

O FC Porto colocou em campo o seu poder. Jogou e ganhou (por ora). 

O Benfica, que já havia beneficiado do beneplácito do CD da FPF, no "caso Jesus" e, também, no "caso Luisão" (pena mínima), para não se sentir penalizado, indirectamente, pela "devolução" do FC Porto à Taça da Liga, ainda teve direito a um "bombom": 1 jogo a Cardozo, depois de dar um pontapé a um adversário e puxar a camisola de um árbitro. 

Meus caros leitores: fazendo um esforço para colocar as clubites de lado, há alguma razão para acreditar na justiça desportiva? 

Ela reúne condições para ser verdadeiramente isenta e independente?

Entretanto, também roubaram o computador a Vítor Pereira. É preciso fazer um desenho?!...» 

- Rui Santos, jornal Record, 16 de Fevereiro de 2013

Caso 72 Horas: Rui Rangel diz que Conselho de Disciplina prestou um mau serviço à causa do desporto



Segundo as boas práticas e as mais saudáveis técnicas de interpretação das normas jurídicas, o intérprete da lei não pode dizer mais do que aquilo que o legislador quis dizer ou pensou. 


Os elementos de interpretação da lei são os elementos literal, sistemático, racional ou teleológico e o elemento histórico. 

A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, devendo ter em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada, as condições específicas do tempo e o pensamento do legislador. 

O intérprete não deve considerar o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei o mínimo de correspondência. 

Todavia, nenhuma lei está livre de ambiguidades e de incertezas. Vem tudo isto a propósito da sui generis interpretação que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol fez acerca do artigo 13º, na 1, do Regulamento que foi elaborado para disciplinar a criação e participação na segunda liga da designada Equipa B dos Clubes que disputam a 1.ª Liga. 

O citado normativo é claro quanto à única interpretação possível no que concerne à observância do período de 72 horas que deve ser respeitado, relativamente à participação dos jogadores da equipa B na equipa principal, ou na equipa B após terem jogado na principal. 

Não é ambíguo, não é confuso e nem com o recurso àqueles elementos de interpretação da lei é possível concluir que tal preceito é omisso no que se refere à participação de jogadores da Equipa B nos jogos da Taça da Liga, estipulando regras apenas relativas às 1.ª e 2.ª Liga. 

O Regulamento em causa - repete-se - foi elaborado para disciplinar a criação e participação na segunda liga da designada Equipa B dos Clubes que disputam a primeira Liga. 

A norma em causa surge integrada no Regulamento com um objectivo específico, bem preciso, de proteger os jogadores, nos seus aspectos físico e anímico, impedindo a sua sujeição a um esforço que ponha em causa o seu equilíbrio. As 72 horas, claro como água, foram fixadas para defender o jogador e a pensar neste e não nos interesses dos clubes, sendo de todo irrelevante se se trata de jogo da 1.ª ou da 2.ª Liga, da Taça da Liga ou até da Taça de Portugal. 

O preceito em causa não é omisso, no que se refere à utilização de jogadores.

Poderão ser realizados jogos mediados por um período inferior a 72 horas, observadas determinadas condições. O que não significa que possam ser utilizados jogadores da equipa B em ambas as partidas separadas por tempo inferior àquele. 

O Conselho de Disciplina da FPF deu um verdadeiro golpe de rins na interpretação que sustentou, apenas com o objectivo de defender os interesses do FCP, violando o Regulamento. 

Pensou apenas no clube e ignorou os jogadores. A situação é tanto mais estranha quando está em causa um Regulamento da Liga interpretado pela Federação... 

É uma manifestação da confusão que paira no futebol português. 

A Lei (Regulamento) deve ser rigorosamente interpretada e aplicada e não subvertida e submetida a interesses dominantes no momento. 

Claro e inequívcoo é que o FCP ficou sujeito à sanção prevista para a irregularidade por si cometida. Com o Acórdão proferido, o Conselho de Disciplina da FPF pecou e prestou um mau serviço à causa do desporto.» 

- Rui Rangel, jornal Record, 16 de Janeiro de 2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

António Tadeia aconselha Jesus a não ter crises de fanfarronice



O Benfica ainda não está apurado para os oitavos-de-final da Liga Europa, mas está muitíssimo bem encaminhado para lá chegar e a verdade é que, tanto como pela vitória de ontem em Leverkusen, a equipa portuguesa impressionou pela forma como a obteve, dando-se Jesus ao luxo de poupar vários titulares para o desafio do próximo fim-de-semana.


Não deixa de ser curioso que o jogo de ontem tenha sido ganho debaixo de neve, nas mesmas circunstâncias que aquele que ficou para a história como o único caso em que o Benfica foi eliminado depois de vencer fora a primeira mão: o 3-1 ao Ajax de 1968, depois invertido na Luz e rematado no desempate em Paris. 

Mas sendo verdade que este Benfica não é o de Eusébio, muito menos o Leverkusen é o Ajax de Cruijff. O que se viu ontem é que, equipa por equipa, a do Benfica é mais forte.

É verdade, depois, que o 1-0 fora é um resultado traiçoeiro: basta que um erro permita ao adversário abrir o marcador na segunda mão para que tenhamos uma eliminatória bem diferente. 

Foi por isso que a flash-interview de Jesus me pareceu perturbadora. Não pelo que ele disse mas pelo que deixou perceber. 

Ao dizer que o Leverkusen poderá fazer ao Benfica na Luz o que o Benfica lhe fez na Alemanha, Jesus está a ser politicamente correto, a ler pela cartilha maternal dos treinadores. 

Ao dizer que muitos, olhando para o onze que ele apresentou, não acreditariam no sucesso, está a ser certeiro - porque isso é verdade - mas ao mesmo tempo excessivamente confiante. 

E uma crise de fanfarronice é a última coisa de que o Benfica precisa para jogar a segunda mão.

-António Tadeia, Facebook

Luís Pedro Sousa diz que castigos a Matic e Cardozo retiram total credibilidade ao CD da Liga



Pela agressão a um adversário, que as imagens desmentem, Matic foi punido com um jogo de suspensão. Face à mesma atitude, agravada com um puxão na camisola do árbitro, Cardozo recebeu sanção idêntica. 


Desde a inocência do sérvio, que não foi reconhecida, à excessiva clemência para com o paraguaio, que nada bate certo. 

Foram decisões grosseiras e incoerentes, que retiraram totalmente a credibilidade a este Conselho de Disciplina.

Minutos antes, o mesmo orgão da FPF permitiu, por outro lado, que o FC Porto continuasse na Taça da Liga. Os argumentos, de tão rebuscados, tornaram-se pouco convincentes, embora tivessem o condão de beneficiar quem conquistou em campo o direito de disputar a meia-final da competição. Mas tanto no caso de Cardozo como neste há questões que o senso comum suscita com legitimidade. A sanção seria esta se Cardozo pertencesse a um emblema de menor dimensão? Um clube pequeno teria o mesmo direito ao erro que os serviços administrativos do FC Porto, sem que tal lapso implicasse a eliminação da Taça da Liga?

-Luís Pedro Sousa, jornal Record, 15 Fevereiro 2013

Nuno Farinha rendido ao grandioso Benfica de Leverkusen



O cartão vermelho, a mão na camisola de Pedro Proença e o 2-2 final no marcador: eram estas as últimas recordações que os adeptos do Benfica associavam à imagem de Oscar Cardozo. 


Vilão na Choupana. Quatro dias depois, em Leverkusen, o paraguaio foi buscar um lance de antologia ao seu reportório de golos e fez história na Alemanha.

Tudo a lembrar um daqueles "desenhos animados" que Lionel Messi inventa quase todos os fim de semana, desde a forma como tira, primeiro, o opositor da frente até à finalização, com aquela calma olímpica que só está reservada aos jogadores que têm uma relação íntima com o golo. 

Um momento para mais tarde recordar: Herói no Bay Arena. Foi Cardozo quem assinou a obra de arte, mas há outros nomes que merecem ser destacados: Luisão (regresso em alta a um país de más recordações), Matic (mais uma extraordinária exibição), André Almeida (não merecerá já a titularidade?), Melgarejo (providencial no último minuto) e, claro, Jorge Jesus. 

O treinador do Benfica, afinal, não fez qualquer bluff. Tinha garantido que o objetivo principal continuava a ser a conquista do campeonato nacional e isso fazia supor a poupança de alguns jogadores. Confirmou-se. 

Mas também tinha dito que, apesar de poder guardar três ou quatro titulares, a equipa mantinha condições para discutir a vitória na Alemanha e na própria Liga Europa. 

A forma autoritária - e indiscutível - como o Benfica se superiorizou ao 3.° classificado da Bundesliga dá razão a JJ. 

Ainda ontem aqui tinha escrito - neste mesmo espaço - que a Europa tinha "muitas curvas" e que, por isso, faria mais sentido concentrar energias na luta interna com o FC Porto. 

Pelo que se viu neste jogo, no entanto, não há razão para temer despistes. 

A máquina encarnada está mais afinada do que nunca: trava quando é preciso, acelera quando convém. 

A meio de Fevereiro, com a época a entrar na fase das grandes decisões (e o Benfica ainda corre para tudo), esta vitória inesperada (?) pode ser o combustível para o caminho que falta percorrer.» 

- Nuno Farinha, jornal Record, 15 de Fevereiro de 2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

José Manuel Freitas escandalizado com castigo a Cardozo


Pedro Proença é, desde quase sempre, para mim o melhor árbitro português. Provam-no as vezes que é convocado pela UEFA e FIFA e também, cá dentro, para dirigir jogos com enorme responsabilidade. 


E, ainda para mim, entendo que Pedro Proença fez um bom trabalho no Nacional-Benfica, embora tenha sido mal auxiliado em dois lances, segundo a minha ótica, capitais: o primeiro golo do jogo - mantenho a ideia de que os encarnados foram prejudicados - e a expulsão de Matic. 

O pior foi o pós-jogo, seguramente depois do banho, pois os castigos aplicados aos benfiquistas deixam claro que a água que lhe levou o suor só podia estar gelada. 

Como é possível, pergunto eu e milhões de pessoas que viram o jogo, como é que o paraguaio levou a mesma penalização do coitado do sérvio? 

Sim, como é que Proença deixou passar em claro, no mínimo, o puxão de camisola de que foi alvo? 

Assim sendo só posso concluir que o grande árbitro que é Pedro Proença não escreveu no relatório tudo aquilo que viu e sentiu. 

Caso contrário Cardozo não teria levado o mesmo castigo que Matic.

- José Manuel Freitas, jornal A Bola, 15 de Fevereiro de 2013

José Manuel Delgado destemido a comentar declaração de Pinto da Costa


No editorial da última edição da revista Dragões, Pinto da Costa criticou a escolha de João Ferreira para o Benfica-FC Porto, citando, em defesa da sua tese, uma conversa entre Valentim Loureiro e Luís Filipe Vieira, constante das escutas do Apito Dourado. 

Sim. Depois de esgrimir argumentos contra a divulgação das escutas e sua utilização pelos tribunais; depois de ter acionado judicialmente quem citou as escutas ou meramente anunciou onde podiam ser ouvidas; depois de se ter vitimizado, alegando danos de imagem; depois de um ilustre portista, Rui Moreira, ter abandonado em direto um programa televisivo por se recusar a debater o teor das escutas; eis que Pinto da Costa sai a terreiro e trata de citar as famosas escutas. 

É um daqueles momentos que marcam um antes e um depois; que retira argumentos a todos os pintistas que se refugiavam no sacrilégio que era comentar o que praticamente toda a gente ouviu ou leu (na net são mais de nove milhões os clics nas escutas...); e que abre, enfim, novas pistas de debate a propósito do que a Justiça portuguesa entendeu não dever ser tido em linha de conta. 

E se há coisa que os portugueses não conseguem entender são os expedientes da Justiça, a ideia de que os grandes, das finanças, da política e também do desporto estão sempre acima dos comuns mortais e que nada lhes acontece; os alçapões que os causídicos mais hábeis conseguem explorar; as voltas e reviravoltas que os casos dão, aqueles que não saem do mesmo sítio e ainda os que acabam por prescrever. 

Mas regressemos ao tema desta coluna: Pinto da Costa já cita as escutas do Apito Dourado. E eu a pensar que, em semana de resignação do Papa, nada mais me poderia surpreender...» 

- José Manuel Delgado, jornal A Bola, 15 de Fevereiro de 2013

João Malheiro diz que Pedro Proença sofre de antibenfiquismo primário


Era de esperar outra coisa? O Pedro Proença no apito, Domingo Gordo, só podia dar mascarada. 

A coisa chegou a parecer séria até aos últimos instantes. E depois?

O tal árbitro, considerado o melhor do Mundo, sendo que Portugal não conta para essa precipitada avaliação, teria que assumir o seu costumeiro protagonismo, a sua sanha, numa laia de sentenças dignas da data que se comemorava. 

O Carnaval do Proença é o Carnaval do costume. Em caso de dúvida, castiga o vermelho e beneficia outras enunciações cromáticas, todas as outras. É de agora? Não, é de sempre. 

O homem não tem, não tem de todo, condições psicológicas par ajuizar qualquer partida em que o Benfica seja interveniente. 

A expulsão de Matic é dos episódios mais hilariantes de que há memória no Futebol português. 

Arrogante, altaneiro, desdenhoso, podia contentar-se com aquela dose de brilhantina na cabeça, seu sinal distintivo. Só que o outro sinal é pior. Pior e causa dolos. 

As razões de queixa do Benfica são mais que muitas. 

O Proença padece de antibenfiquismo primário. Primário e recorrente. Isso não é uma maleita? Grave, muito grave, considerando o seu poder discricionário num jogo. 

Enquanto o Proença apitar, o Benfica terá fatalmente menos golos, terá sempre mais expulsões, terá sempre motivos para presumir má-fé. 

As proençadas do Proença são as proençadas da inverdade. Quando se pugna pela verdade desportiva não há que acabar de vez com proençadas? 

Confesso mesmo que se o Proença é o melhor árbitro do Mundo, eu tenho que ser o adepto mais cego do planeta.» 

- João Malheiro, jornal O Benfica, 15 de Fevereiro de 2013